Grandes Mestres.
E mais uma vez o sempre dinâmico e criativo jornalista Luiz Renato Ribas Silva, na semana que passou e nas dependências do Clube Curitibano, presenteou a sociedade paraense com a publicação do livro de memórias “Quem é Você” (Coleção Educação) e desta vez trazendo biografias de renomados professores que servem de perenes referências para seus ex-alunos.
Todos eles merecedores de homenagens, pois foram educadores que honraram o Magistério e que deixaram pegadas profundas nas salas de aulas por onde passaram. Vocacionados e muito bem preparados, fizeram da arte de ensinar seus apostolados, formando gerações de bons cidadãos.
Foi uma inesquecível noite de autógrafos para os biografados, seus familiares e ao público presente. Lá estive a convite de Luiz Renato e não me arrependi, apesar de ainda sentir dores nos meus quadris. Na entrada tive o especial privilégio de encontrar o professor Helcio Buck Silva, também Procurador do Estado aposentado e glória do atletismo Olímpico do Brasil. Com ele trabalhamos juntos na Secretaria de Estado da Segurança Pública, quando a titularidade da Pasta estava nas mãos firmes de Antônio Lopes de Noronha. Lembramos-nos dos velhos tempos e dos amigos que não esquecemos.
A esposa do Dr. Helcio, d. Ivete Luz Buck Silva, a primeira professora de Educação Física do Estado do Paraná e nomeada para o Ginásio Paranaense (hoje Colégio Estadual do Paraná), foi uma das homenageadas. E logo depois me deparei com a consagrada professora Chloris Casagrande Justen, notória Pedagoga e culta imortal da Academia Paranaense de Letras, sempre atenta e participativa, também abrilhanta com sua biografia de vida as páginas do livro de memórias. Procurei e não encontrei o ilustre professor Renê Ariel Dotti, ausente com certeza por motivos justificados, apesar de ser um dos nomes lembrados.
Tenho por ele profundo respeito profissional e estima pessoal, pela sua trajetória na Advocacia e história de vida. E da mesma forma não pude encontrar para dar meu abraço à professora, poetisa e intelectual d. Alzelli Sardenberg Bassetti, querida amiga e da qual tenho profunda admiração.
Foi na saída do local que encontrei o professor José Henrique do Carmo, economista, meu amigo de mocidade e grande educador da Universidade Federal do Paraná. Sendo ele um dos biografados pedi-lhe que autografasse o livro e para minha surpresa ele escreveu: “Ao meu amigo Edson Vidal Pinto, com abraço do Carmo (p. 37). Curitiba, 21/11/28)”. Só quando voltei para casa e li a dedicatória foram que me dei conta da anotação “p. 37”. Curioso, abri a página referida e deparei com o teor de sua biografia em que destaca sua luta contra a corrupção e a politização ideológica da Universidade Federal, criticando a escolha do Reitor através de eleições diretas.
E em um dos trechos ele menciona que a convite do saudoso Reitor Riad Salamuni, assumiu a pró-reitoria de Planejamento, que cumulou na condição de interventor com a Superintendência da Fundação da UFPR pelos boatos de má gestão. Foi então que pediu ao Reitor que solicitasse do Ministério Público a designação de um Promotor de Justiça para apurar se tinha ou não procedência as notícias que comprometiam as administrações da Fundação e da própria Universidade. E na sequência ele escreveu: “O promotor indicado, para minha surpresa, foi o Dr. Edson Vidal Pinto - que mais tarde seria presidente do Tribunal Regional Eleitoral -, que tinha sido meu colega de colégio e do movimento escoteiro. Verificado os primeiros resultados Vidal convoca a Polícia Federal. Resultado final, condenação de dois altos dirigentes universitários a penas de prisão, em primeira instância”.
E passou um filme em minha memória por lembrar-se do acontecido, fato que ficou registrado na história de vida de meu amigo e também da minha. Enfim, foi uma noite de reencontros e de justas homenagens àqueles que fazem parte da Educação do nosso Estado, tudo graças ao trabalho empreendedor de Luiz Renato e da sua luta, para preservar a memória e registrar nomes para serem lembrados por seus exemplos pelas futuras gerações...
“País sem memória é povo sem História. Registrar em páginas de livros biografias de pessoas é uma maneira de manter vivo o retrato de uma época, seus hábitos e costumes. Delas, cada leitor, extrai o que mais interessa e serve!”
Edson Vidal Pinto