Homenagens Merecidas
Quem construiu no passado uma história de vida e foi dedicado ao trabalho sempre é lembrado e muitos são merecidamente homenageados. No início da noite de ontem participei da inauguração do prédio de aprendizado do Centro de Integração Empresa - Escola do Paraná (CIEE) uma entidade sem fins lucrativos que é presidida por Murta Ramalho e todos os integrantes da diretoria são voluntários, pessoas com alto senso de cidadania e integrantes de seleto grupo da sociedade, que anonimamente prestam relevantes serviços à juventude paranaense.
Com 53 anos de vida a referida entidade visa propiciar a capacitação profissional dos jovens para que possam ingressar no primeiro emprego e se tornarem ótimos cidadãos. Na sua existência mais de 1.000.000 de estudantes que passaram pelo CIEE ingressaram em entidades privadas e também no Ofício Publico, pois o aprendizado e a capacitação ministrada é de primeira por contar com um corpo técnico qualificado. O prédio está localizado na rua dr. Faivre, 398 ao lado da Reitoria da UFPr., e tem o nome de “Espaço de Capacitação e Cidadania - Sede F. Fernando Fontana “, em homenagem ao Presidente do Conselho Deliberativo e ex-Presidente da entidade por quatro mandatos; e o auditório tem como patrono o saudoso Prof. Ocyron Cunha um homem que dedicou sua vida ao Magistério e o ilustre homenageado como a Personalidade CIEE do Ano foi o Senador Oriovisto Guimarães outro educador e empreendedor emérito.
Não tenho perdoado e critico muito o senador em muitas de minhas crônicas principalmente quando ele, o Álvaro e o Arns convenceram o Moro a entrar na política para sair candidato à Presidência da República e também por não tomarem partido quando a pandemia estava no auge e era visível a politização da doença. Imperdoáveis as omissões daqueles que representam o Paraná na Câmara Alta. Mas ao agradecer a homenagem foi muito bom ouvir o Oriovisto um notável mestre da educação e um respeitável matemático. Vou pinçar de sua peroração dois pontos que me parecem oportunos comentar -, o primeiro quando falou com toda a sua experiência que “ninguém merece se aposentar”; e a segunda quando aproveitou para vender o seu peixe político ao apontar o Moro “como um brasileiro que quer servir o seu país”.
Concordo em gênero número e grau quanto a colocação feita a respeito da aposentadoria. Esta não deve representar sinônimo do ócio pois parar para não fazer nada é antecipar a morte. Claro que quem se aposentar e tem condições de manter a família precisa de atividade útil e esta pode ser o voluntariado, a participação comunitária e a busca de novos caminhos : ingressar na política como exemplo. Aplaudi.
E quando ao que ele falou do Moro, discordei.
Oriovisto disse que o Moro deixou uma carreira vitalícia e aceitou ser ministro da Justiça por amor ao Brasil -, tenho outra visão : o Moro pediu exoneração da Magistratura porque achou que sendo ministro da Justiça encurtaria seu caminho ao STF. E se deu mal. Depois Oriovisto esclareceu que foi visitar o Moro nos EEUU onde ele estava otimamente empregado e pediu que ele fosse candidato ao cargo de Presidente do Brasil. E o Álvaro ajudou. Foi quando o Moro contou que ao dar aula em uma universidade americana foi admoestado por um aluno que lhe perguntou:
- O que o senhor está fazendo na América ? Logo o Senhor que combateu com unhas e dentes contra corrupção de seu país ?
E ao ouvir estar palavras o Moro jogou tudo para o ar e resolveu enfrentar o desafio, voltando para casa. Não ouso dizer que não tenha havido esta conversa que decidiu pela opção do ex-Juiz. Só acho que a pretensão de que o Moro seja Presidente é apostar num cavalo azarão, manco, caolho e com jockey pesando quase duzentos quilos. Nossos senadores colocaram um jovem e inexperiente político no meio de malandros que tem mais horas de praia do que urubu de voo. Mas abstraindo isto a homenagem ao senador foi merecida e eu não deixei de aplaudir …
“Estão todos de parabéns os atuais dirigentes do CIEE pela inauguração de um belíssimo prédio que servirá na sua totalidade para capacitar jovens estudantes a ingressarem no mercado de trabalho. Uma diretoria composta de voluntários que acreditam num Paraná e num Brasil com igualdade de oportunidades para todo segmento estudantil.”
Édson Vidal Pinto
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