Já Está Ficando Sem Graça.
Nuvens negras e sombrias estão sendo trazidas pelo vento para ficar no céu do nosso país. Sabe igual o amanhecer de uma segunda-feira sem cor, chuvosa, fria de geada, após uma noitada festiva até longas horas da noite do domingo que passou.
O sujeito acorda bem cedinho para trabalhar, com os olhos vermelhos, dor de cabeça, a boca amarga, com uma vontade danada de dormir, mas tem que ir trabalhar. A gana então é chegar ao serviço e bater no chefe, esparramar café no chão do escritório, rasgar todos os papéis das impressoras, brigar com os colegas, tirar a camisa engravatada e ostentar a outra que está por baixo que é do Atlético e sair do local como um furacão. Ficando para trás somente “terra devastada”.
Faz tempo que o povo trabalhador e ordeiro não sabia o quanto é duro viver num ambiente de seriedade, acabou ao que parece a farsa e a comédia que iludia os brasileiros. A graça está morrendo a olhos vistos. O amanhã será para pensar, avaliar e sem a comicidade que fazia rir. Quer saber por quê? Entre nós, vai ficar a Gleisi como atriz e protagonista das piadas do absurdo, com sua jactância de defensora-mor de um líder que murchou. Nem o Requião com suas bravatas vai poder nos devolver com seu ar de deboche um riso forçado. Saiu de cena.
E o Dr. Rosinha será a eterna “resistência” anônima. O Paraná também vai ficar sem graça. Vão faltar motivos para boas gargalhadas. Nossos principais cômicos ficaram sendo meros barris sem pólvora. Que tristeza Zeus, que tristeza. E a nível nacional então, nossa esperança é o Renan protagonizar algum escândalo ardente ou tramar com as intermináveis raposas da república o impeachment do Presidente eleito, contando com a participação inesquecível do polaco Lewandowski.
É a única razão para devolver a possibilidade dos brasileiros inventarem boas piadas e sair um pouco do peso da seriedade que está se aproximando, para ficar. Claro, sentiremos saudades da “Presidenta” Dilma, a estocadora de ventos, a humorista mais impagável da História do Brasil. Ela aparecia na TV e o riso estava garantido. Não veremos mais o Mantega, o impagável Dirceu, o eterno jubilado da Une, os gritinhos estridentes do Willis, a grande revolucionária Benedita incitando a luta armada, os desocupados do MST com o Stadile viajando de primeira classe para ser recebido pelo Francisco e nem os burgueses sindicalistas como coadjuvantes de uma opereta composta por um Jararaca camaleônico.
O Brasil ficará privado destes arruaceiros que nos ajudavam a vencer o tédio e o abismo da tristeza. E o brasileiro vai ficar sem graça, sem ter motivos para rir. Pelo perfil do próximo governo estão sendo escolhidas pessoas certas (na maioria) e de muito prestígio, com generais puxando o cordão da moralidade e decência. Os engraçadinhos e flautistas estão saindo de cena.
E o povo vai ter que trabalhar sem ouvir diariamente as boas historia de seus homens públicos. Não vai ter mais graça viver em um país mais arejado, com progresso, economia forte, civismo, com escolas e faculdades que apenas vão ensinar e capacitar os alunos, com as famílias mais valorizadas e uma Pátria mais ordeira. Mas nem tudo será desgraça, é verdade, nem tudo; pois ainda restará uma réstia de luz para iluminar um palco que continuará sendo uma arena de ótimas gargalhadas: o STF. Sim, todos eles vão continuar atuando na TV, com seus trejeitos, palavras emboladas, togas caindo dos ombros, com provocações mútuas, ladainhas intermináveis e decisões fantasmagóricas. O Gilmar será o “top de linha”. Sem eles todos, sem exceção, com certeza os brasileiros morreriam de tédio por perder a alegria de rir. Ufa, ainda bem que teremos essa boa válvula de escape...
“Vamos enfrentar de peito aberto um novo Governo que veio para impor seriedade, ordem e respeito na Casa. As figuras que nos faziam rir diariamente cairão no ostracismo. Só não vamos morrer de tristeza, porquê nada mudou no STF. Arena onde o riso não tem limite. Graças a Deus!”
Edson Vidal Pinto