Lição Para a Vida!
Ontem, 17 de maio de 2.017, quarta feira.
Dizem que recordar é viver e por este momento de nostalgia vejo-me sentado em uma cadeira do Cine Palácio, localizado na antiga Cinelândia (Rua das Flores), para assistir um dos filmes do cômico francês Fernandel. Este consagrado ator fez inúmeros filmes que retratava o período dos anos 30 e 40 em uma pequena cidade do interior da França.
O foco principal de cada roteiro contava as aventuras e desventuras de dois controvertidos personagens: Dom Camilo (pároco da Igreja Católica) e Dom Pepone (o Prefeito). Nada demais se este último não fosse ateu e comunista convicto. E como não poderia deixar de ser sempre ocorria sérias divergências entre os dois pelas suas convicções e opiniões contrárias sobre os diversos temas do cotidiano.
Apesar de tudo nunca deixaram de lado a tolerância para continuarem bons amigos. Quando terminava a sessão o público deixava o recinto "leve" e saboreava a mensagem do filme, de que apesar de existir divergências de opiniões era possível que as pessoas pudessem conviver em harmonia.
E por que me lembrei disso, logo hoje? Porque na sociedade contemporânea as pessoas estão desaprendendo há viver sem atritos, parece que cada ser humano quer que prevaleça uma única opinião: a sua! Daí a revolta quando alguém tem ideia contrária ou entendimento divergente.
Ora, se o indivíduo quer ser comunista, petista, evangélico, católico ou ateu ele deve ser respeitado dentro de um país democrático. Diferente se ele pretende defender além de sua opção pessoal, por exemplo, um ladrão! Por quê? Porque não existe decência e mínima plausibilidade moral, ética e legal.
É por esta razão que não dá para entender a postura dos Lulapetistas. Estes são militantes e seguidores do culto da personalidade que tentam preservar o passado de um homem sem escrúpulos, corroído pela corrupção e prestes há ser condenado pelo seu passado reprovável.
Neste elenco as figuras controvertidas de políticos aproveitadores das benesses da vida pública.
Eles bem deveriam assistir aos filmes de Fernandel para tomarem lições de vida e aprender que mesmo divergindo ideologicamente os dois inseparáveis adversários (e amigos) sempre se uniam para combater os malfeitores. No caso presente parece que a desesperada defesa do Lula tem outro ponto de convergência que só o letrista de música explica:
“Se gritar pega ladrão,
Não fica um meu irmão;
Se gritar pega ladrão"
" Todo ser humano que vive em país democrático tem direito de professar livremente religião e ideologia . Situação facilmente digerível. Só é difícil aceitar a defesa intransigente de pessoa nociva à sociedade e que coloca em risco a própria democracia. Caso em que é inaceitável a convivência por faltar aparente motivação lícita".
Edson Vidal Pinto