Lista Especial de Natal.
Pois é, todo o ano é quase a mesma ladainha, elaborar a lista de presentes para o natal. E de um ano para o outro a lista não é a mesma, alguns ficam de fora e outros entram, sabe como é são os desencontros na vida.
A parte mais fácil é elencar os nomes dos presenteados -, a mais complicada é escolher o presente para a pessoa certa, e o mais difícil é pagar pelas compras. É por isso que começo a desconfiar deste tal de Papai Noel, um velho, barbudo, que veste roupa engraçada e que dizem morar no polo norte.
A troco de quê se lá é frio pra xuxu e não mora ninguém? E o pior: tem um trenó e é homofóbico por se aproveitar de uns veadinhos. Ah, se a turma dos direitos humanos e etc descobrirem, será o fim do velhinho. Embora fora de tempo, tenho a mesma suspeita com relação ao Coelhinho da Páscoa. Mas, tudo bem, vou voltar aos presentes que terei de comprar, sem referir aos da família. Para esta os presentes serão todos escolhidos com todo amor e afeto.
E para terceiros, nem tanto, pois o mimo vai atender as necessidades de cada um. Apesar dos sustos e pesadelos que ele me proporcionou enquanto esteve preso, vou presentear o Lula, porque sem ele eu só teria escrito crônicas sem graça.
Como ele é bilionário e está com a vida mansa, vou lhe presentear com uma recordação bem paranaense, de Morretes, uma garrafa da “Cachaça Malucelli”. No primeiro gole permanecera onde sempre esteve: em órbita! E para a Janja, um saco de estopa. Ele simboliza muito para quem vai casar com um traste. Para o FHC um livro da Seleções Reader’s Digest cujo título comprometedor é “Os Grandes Mistérios do Passado”.
A Dilma será presenteada também com o livro “Os Sertões” de Euclides da Cunha, escrito de forma acessível para leitores semi- alfabetizados. Comprei para a Maria Louca um outro livrinho, de “Catecismo - Primeira Comunhão”, para ver se ele ainda toma jeito na vida. Para o senador Kajuru, vou dar um porta-retrato com uma fotografia do Gilmar, dormindo na sessão do STF.
Ao meu ex-colega Moro, seu presente será uma Toga do STF, para usar com muito brilho, brevemente. Ah, para o deputado Justus mandei confeccionar um chaveirinho contendo uma miniatura dos “Diários Secretos da Assembleia”, com uma dedicatória de quem relatou seu processo.
O Bolsonaro vai ganhar um CD do “Titanic” com seu ator predileto. Para o governador Ratinho eu comprei um “Jogo de Memória” para montar, com vinte mil peças, só para ele lembrar que a área da Cultura não pode permanecer acéfala.
E para o Secretário de Segurança comprei uma injeção de “vitamina” para ver se ele um dia acorda de seu sono letárgico. Também lembrei do Faustão e vou presenteá-lo com um escafandro de mergulho, para ver se ele nos domingos fica vendo os peixinhos embaixo d’água e deixa de apresentar o seu programa na TV. Saturou. E finalmente para o mimado Luciano Huck providenciou um “recibo frio” do BNDES cobrando pela diferença não paga dos jatinhos que adquiriu para sua frota de táxi aéreo. Só para ele quando ler afinar ainda mais a sua voz infantil.
Enfim, presente de Natal não é só encargo para ser desincumbido, mas também uma diversão e tanto. Principalmente para mim, pelos “amigos” que tenho...
“Presentear é melhor do que receber; principalmente quando simboliza um ato de amor, carinho e respeito. Seria bom até presentear algumas figuras telúricas, com mimos inesquecíveis. Afinal é o Natal, a noite de celebração e reunião familiar. Só os que não serão vistos, mas serão lembrados, vão receber o que merecem. Palavras do Papai Noel!”
Edson Vidal Pinto