Mais Um Pouco E Ele Chega Lá.
Tem cenas do cotidiano que pela bizarria choca o bom senso, por ser inaceitável dentro de uma sociedade democrática. O proceder dentro de uma célula social tem regras legais limitadoras às ações reprováveis de indivíduos que objetivam extrapolar a boa convivência e atentar contra o ordem pública. Atos reprováveis são punidos para evitar repetições inconsequentes e servir de alerta para inibir os outros que tenham iguais intenções. Sem o Império da Lei não existiria sociedade civilizada.
O livre credo religioso, a título de exemplo, é um dos primados de qualquer Estado democrático e por isto qualquer atitude atentatória à prática ou culto em igreja ou templo de qualquer religião, comporta a devida repressão penal.
Pois bem. Meses atrás o vereador curitibano Renato Freitas, um jovem negro e líder esquerdista, capitaneando grupo de pessoas a pretexto de estarem protestando contra o racismo entraram no recinto e perturbaram a celebração de uma missa na Igreja da Ordem, tradicional reduto religioso da cidade e construído no tempo da escravidão, transgredindo preceito legal; e em razão de seu mandato político obrou com flagrante falta de decoro parlamentar. Nem quero me referir a sua cassação na Câmara Municipal porque se tornou uma novela de enredo conhecido mas interminável.
Talvez um dia este imbróglio tenha solução definitiva. Mas o que causou estranheza foi a atitude do arcebispo metropolitano que “perdoou” a ação do vereador incentivando, assim, que outros destemperados possam copiar o seu mau exemplo.
No Chile semanas atrás arruaceiros violaram templos religiosos e tripudiaram encima de objetos religiosos, cenas repetidas com certa habitualidade em países do continente sul americano , como reflexo da efervescência socialista. Será que os Cardeais e arcebispos destes países também tem “perdoado” seus autores ? Parece que estamos voltando ao tempo da Alemanha nazista com ações de iguais natureza , quando então sinagogas foram incendiadas, depredadas, fechadas e outros templos proibido de funcionar. E tudo sob às vistas e complacência dos juízes e promotores de justiça. E o pior : dito vereador tem merecido total atenção e apoio por parte dos caciques petistas, tendo voz ativa em todas as reuniões a ponto de merecer aplausos por sua atitude.
É induvidoso que a Igreja Católica prega a tolerância e o perdão aos pecadores, mas nunca pactuou e nem deixou de censurar àqueles que praticam crimes para não permitir desordens que atentem contra a ordem pública. É verdade que o Santo Papa João Paulo II perdoou um árabe que atentou contra a sua vida por censurável fanatismo, perdão de caráter pessoal e cristão que não tem similitude com ações de aparente intolerância religiosa.
É ato cristão perdoar aquele que nos agride e ofende; mas apenas rezar por aquele que atenta contra a nossa fé e viola o lugar sagrado em que nos encontramos com Deus. Qualquer gesto além deste limite é fomentar ações insanas. E agora apareceu em cena o Francisco acenando com a intenção de se encontrar pessoalmente com o referido vereador no Vaticano.
Talvez para anunciar a sua beatificação pois perdoado ele já foi pelo nosso arcebispo metropolitano. E depois quando ocorrerem depredações generalizadas em templos religiosos por motivos ideológicos não vai adiantar nada perdoar, reclamar e bater e o pé.
Enfim pelo andar da carruagem não será surpresa que o jovem Renato Freitas, caso o Luiz Ignácio vença as eleições, seja nomeado ministro de estado dos Direitos Humanos, para depois então ganhar o cobiçado Prêmio Nobel da Paz. E ao que parece ele aos poucos está galgando degrau por degrau, para chegar até lá…
“Dar voz, aplaudir e perdoar quem infringiu a lei e subverteu a ordem com nítida intenção política, não é conduta aceitável. A História mostra que o caos social começa com atos atentatórios aos cultos religiosos, para daí deteriorar a ordem publica. Cabe impor a lei ao invés de agasalhar o infrator.”
Édson Vidal Pinto