Marimbondo na Cueca.
Hoje, 06 de abril de 2017, quinta feira.
Não deve ser nada fácil ter a consciência pesada para quem sempre primou pela honestidade de propósitos. Não existe nada melhor neste mundo do que a paz de espírito, quando a pessoa deita e dorme sem sobressaltos.
É da natureza humana discernir os bens preciosos da vida, se afastando do perigo de corromper e ser corrompido. Como deve se sentir um ser humano tido e havido como infrator da Lei? Claro que para aqueles que não têm nada a perder porque nunca preservaram um nome de família e nem a própria família, a vergonha e o receio de ser levado à execração pública é facilmente digerido. Porém para os que ainda arriscam praticar desatinos na esperança de nunca ser desmascarado, a hora da verdade deve ser um fim do mundo.
E por que será que mesmo assim este elenco de desonestos não têm freio inibitório que os proíba de praticar crimes? Porque também é da natureza humana a ganância do lucro fácil! Não tem outra explicação lógica. Tem grupos de indivíduos que compõem um mesmo seguimento profissional que são mais vulneráveis que outros porque estão sempre atuando na linha tênue que divide o legal do ilegal. Exemplo clássico são os policiais, os fiscais, os caixas, no Ofício Público os ordenadores de despesas e por incrível que pareça: os políticos!
Esta última classe porque inebriada pela negociação fácil e favorecida pelo manto protetor do Poder atua com certeza absoluta da impunidade. A Operação Lava Jato foi o que conseguiu romper a carapaça do Poder e conseguiu por há nu o envolvimento dos políticos na promiscuidade onde reinavam silenciosamente. Nunca na história deste país tantas proeminentes figuras do Parlamento foram e estão presas como nesta quadra histórica.
O número significativo de políticos e agentes públicos investigados por crimes de lesa a Pátria oferece pálida projeção da podridão política que tem devorado por anos a fio os pilares da República. Sem duvida nenhuma esta massa fermentada faz escancarar os males que impedem o crescimento econômico moral do Estado Brasileiro.
E o pior, este mesmo vírus tem se espalhado pelas administrações públicas dos estados membros, inoculando doença sistêmica e ainda não combatida com eficácia. Felizmente a democracia permite com a Imprensa livre, apesar de exagerada parcialidade e sensacionalismo de alguns maus jornalistas, denunciar fatos delituosos e escândalos que se prestam as investigações da polícia judiciária. Não fosse assim, tudo continuaria na mesma.
Apesar de reprováveis excessos a liberdade da Imprensa continua sendo a mola propulsora para noticiar as falcatruas e os crimes sem que estes permaneçam escondidos nos porões dos palácios do governo e nos parlamentos.
É fato insofismável que um grande passo para desvendar o lamaçal das corrupções foi dado, nomes de suspeitos estão às escâncaras, fortunas sem causa lícita estão demonstradas, cabe agora ao povo se manter mobilizado para evitar que nova legislação e errôneas interpretações dos Tribunais mudem as regras do jogo e sepultem as ilusões de um futuro promissor. E que os implicados na desonestidade continuem com marimbondos na cueca dando-lhes o melhor exemplo de que a melhor malandragem ainda é ser honesto!