Martírio de Consumidor.
Quanto mais a pessoa envelhece, como no meu caso, muitos ficam apegados com o que tem. Parece bobagem, mas eu sou correntista do Banco do Brasil desde 1.968, a minha conta tem um número especial, por isso mantive a mesma nos últimos anos onde eu tinha aplicações, contudo, sem proceder nenhuma movimentação.
E num estalo, resolvi encerrar a conta. Fui até a agência “Estilo” do Juvevê, pois embora eu more no Bigorrilho do Champagnat a conta bancária é do posto do Tribunal de Justiça, logo está vinculada a agência do BB nas imediações do Tribunal. Não me lembro de ter ido a essa agência nenhuma vez, meu contato era com o posto de serviços do próprio TJ.
Prédio imponente entrou na agência fui atendido por duas moças; elas me perguntaram o número da conta e qual assunto eu iria tratar. Respondi que estava ali para encerrar minha conta e transferir os valores de minhas aplicações para o Banco Itau Personalité. Ela mostrou algumas cadeiras e disse-me para esperar o momento de ser chamado. Levei quase quarenta minutos para ser atendido por uma jovem senhora, que quis saber porque eu estava encerrando minha conta naquela agência.
Expliquei que tinha aplicações, mas que não movimentava a conta há anos e que não tinha sentido permanecer como cliente do banco. Ela me perguntou qual era o banco de minha preferência, expliquei que era o ITAÚ. Ela quis saber por que? Porque era também era cliente desde 1.968 e eu tinha optado por manter minha conta corrente somente naquele banco. Convencida ela conferiu os valores de minhas aplicações e me pediu que fosse até o caixa a fim de transferir o numerário apurado. Tem só dois (2) caixas na agência. Fiquei vinte minutos esperando para ser atendido.
Chamou meu nome eu abri a porta onde estavam os dois caixas (duas mulheres). Ali foi formalizada a transferência do meu dinheiro resgatado, para o Itaú. Para finalizar o encerramento da conta, esperei mais quinze minutos, para então ser atendido pela mesma senhora com quem conversei inicialmente. Sentei, ela fez uma ligação telefônica interna e aguardou a confirmação de que minha conta estava zerada e que eu não tinha nenhum débito com o banco.
Para ultimar o ato ela me passou um documento que expressava minha vontade de encerrar a conta. Assinei e deixei o “Estilo” de agência para trás. Sem muito movimento de clientes, levei mais de uma hora apenas para encerrar a minha conta no Banco do Brasil.
Por que perder tanto tempo para pouca coisa? É por estas e outras que o consumidor anda irritado, perdendo a paciência à toa, porque não há um lugar público ou uma só repartição pública em que os empregados ou funcionários atendam rapidamente.
E isso aborrece e cansa. Sei que em outros bancos a longa espera é a mesma, a preferência depende do conhecimento que o cliente tem com os empregados que costumeiramente lhe atende. Mas é melhor um banco privado do que um banco vinculado ao setor público, nestes parece que o velho cachimbo continua entortando a boca dos conhecidos funcionários públicos...
“Com o dinheiro de plástico imperando nas relações negociais, manter conta corrente com banco é necessidade imperiosa. Só que precisar dos serviços da agência exige um poço de paciência!”
Edson Vidal Pinto