Me Belisque e Diga Que é Mentira!
Estão acontecendo coisas no mundo real que é difícil acreditarem, mas São Tomé acredita porque é verdade. Não é possível que em plena era da tecnologia, com tantas maravilhas acontecendo para quem quer enxergar -, como o avanço da ciência médica, o esplendor da engenharia nas construções de edifícios de alturas nunca antes imaginada, pontes suspensas sobre o mar, a computação abrindo novos horizontes e anunciando as boas novas de um Novo Tempo -, e os seres humanos teimando em querer continuar vivendo no estreito limite de sua própria mediocridade.
Tanto é verdade que alguns acreditam em ideologia, outros são cegos de ódio pelos que pensam de maneira contrária, muitos fazem da religião arma para poder conquistar e escravizar, e tantos outros repugnam o semelhante por não saberem viver em harmonia. É destes últimos que quero destacar nesta crônica. E começo afirmando que as pessoas que ruminam e brigam por qualquer coisa são chatas na acepção do próprio termo.
É óbvio que não me atreverei a fazer um estudo e nem classificar os tipos de pessoas chatas que existem pelo mundo afora, até por que o tema já foi suficientemente esmiuçado pelo famoso escritor e poeta Guilherme de Figueiredo em sua obra “Tratado Geral dos Chatos”, editora Círculo do Livro, cuja edição foi publicada há mais de cinquenta anos, mas por se adequar a realidade presente recomendo sua leitura. Feito o introito passo para o cerne da questão.
A cidade de Santos - SP é conhecida mundialmente não pela beleza de suas praias e nem pela importância do seu porto, mas por um time chamado “Santos Futebol Clube”-, porque nele jogou o Rei do Futebol Edson Arantes do Nascimento, conhecido no mundo todo simplesmente como: Pelé. Pois bem; li num jornal paulista que o presidente do clube resolveu homenagear o seu maior ídolo colocando acima das duas estrelas da camisa de futebol, que representam duas conquistas como campeões mundiais interclubes, uma coroa dourada para eternizar as glórias de seu consagrado atleta. Mas uns chatos do próprio Conselho do Clube se opuseram ferrenhamente. Ora, a ideia que seria uma aparente unanimidade esbarrou em um único argumento: o fato do jogador não ter reconhecido uma filha nascida fora do casamento.
Será que este motivo seria pretexto válido para não homenagear o atleta? O não reconhecimento da paternidade é questão de foro íntimo e reservado apenas para servir de peso na consciência do homem Pelé. Nada mais. Quantos jogadores famosos de passado negro e que mesmo assim são perpetuados em seus clubes com honras e glórias? O Garrincha tem até o seu nome homenageado como estádio de futebol -, não querendo mexer no passado vale só lembrar que ele foi casado com d. Nair e com ela teve onze filhos e deixou todos à míngua quando foi viver com a cantora Elza Soares, após a Copa do Mundo do Chile.
Custaria homenagear o Pelé com o símbolo de uma coroa na camisa? O imbróglio está em curso por causa de alguns chatos do próprio clube. Outro fato pitoresco vem do outro lado do mundo, da Austrália. Não há de ver que uma mulher vegana aforou na Suprema Corte daquele país, uma ação judicial para impedir que seu vizinho faça churrasco de carne? E sabe qual fundamento do pedido? Que o cheiro que sai da churrasqueira invade o seu quintal e não permite que autora possa desfrutar dos fundos de sua casa. Pode? Poder pude, mas que a mulher deve ser uma chata deve!
E se cada um observar quantas brigas acontece por causa dos chatos - irascíveis -
chega-se a infeliz conclusão que as pessoas insatisfeitas e birrentas é que fazem o nosso inferno nesta vida. Sem elas com absoluta certeza estaríamos vivendo no próprio Jardim do Éden...
“Tem gente que não tem com quem implicar e fica aborrecendo a própria sombra. Pessoa chata é aquela que se diz do contra, mas que não se sustenta sozinha -, não enxerga além do próprio nariz e nem vivenciou nenhuma desgraça. Mas sabe brigar e reclamar por qualquer besteira. E o pior é quando não aceita ver ninguém alcançar o pódio do sucesso!”
Edson Vidal Pinto