Modernidade?
Ontem, 29 de agosto, terça feira.
O mundo hoje é chamado de "aldeia global" porque a tecnologia diminuiu as distâncias pelo imediatismo das informações e entrelaçou as áreas de negócios. A televisão passou a ser o veículo mais importante do que qualquer outro membro da própria família, pois ela diverte, ensina coisas boas e ruins, é companhia de todas as horas e basta desligar quando não há mais interesse.
Ninguém duvida que a vida ficasse menos desgastante e com mais qualidade, reflexo das máquinas que vieram proporcionar conforto. É bom e não é, porque falta preencher os momentos com boas lembranças. Os jovens de hoje não sabem obedecer, respeitar os mais velhos, são individualistas e consumistas. Claro que existem exceções.
E o pior: não sabem o sabor de viver num mundo de sonhos! Já não se houve falar em festa de aniversário de quinze anos de uma menina-moça, pelo menos na casa dos pais, pois os convidados depredam a propriedade, comportam-se de maneira inconveniente e agressiva.
Os clubes não fazem domingueiras dançantes, nem gincanas; as famílias não se reúnem para fazer piquenique e nem viajar juntos. As crianças estão perdendo a inocência já na pré-adolescência quando brincam de namorar, vestem-se com grife e decidem o próprio aprendizado. São individualistas e não aceitam a companhia da família.
A noite tornou-se o palco principal dos encontros com os amigos sempre longe dos olhos e da vigilância dos pais. A licenciosidade passou a imperar com valores morais diferentes e de menor importância. Sem falar no distanciamento entre membros da própria família, pais dispersos, filhos sem freios, avós abandonados e velhos amigos esquecidos.
Está visto que a modernidade trouxe avanços e o principal deles a longevidade das pessoas, porém a vida ficou lúgubre como um caminho de sombras prenunciando chuva e poucas réstias de sol. É assim que caminha a humanidade, com o egoísmo imperando e fazendo crescer as diferenças entre os indivíduos; a discórdia entre os que pensam diferentes; a intolerância entre as raças e o ressurgimento de uma violência doentia.
Esta efervescência de comportamentos entristece os mais velhos e deixam sem rumo os mais jovens. Este é infelizmente o legado de uma geração que se aproxima do fim e não soube manter, quando tinha tudo nas mãos, aquilo que nossos pais nos ensinaram...
" Uma geração para prestar contas à outra, deve fazer autocrítica para saber que legado deixará. Não basta mencionar apenas a riqueza do avanço tecnológico, sem os pilares básicos da compreensão, respeito e solidariedade! "
Edson Vidal Pinto