Mosca de Cavalo
Com certeza o leitor já viu um cavalo solto no campo e perto dos seus olhos ou então em seu rabo aquela “tropa” de moscas rondando sem parar a ponto de quase deixar louco o pobre animal. E não adianta piscar e nem sacudir o rabo para os lados porque os insetos impertinentes insistem em permanecer irredutíveis nas suas intenções.
Não sei o que eles acham interessante mas nenhum quer deixar o cavalo sossegado. Mal comparando alguns políticos são como moscas de cavalo porque uma vez eleito não querem saber de deixar o bem bom que a vida pública oferece.
Não me refiro tanto aos deputados federais que na aparência têm mais atribulações embora o Sistema Bicameral iguale as suas atribuições com os Senadores da República.
Só que estes além de terem um mandato (incompreensível) de oito anos são mais paparicados, tem gabinete e plenário mais pomposo, parecem mais reverenciados mas, infelizmente, não são de nada. Baseio este meu ácido comentário observando as atuações pífias dos três atuais Senadores do Paraná, aliás, a bem da verdade e se a memória não estiver me traindo, nos quase sessenta anos que militei na vida pública não lembro de um nome de destaque com atuação na Câmara Alta que pudesse ter merecido registro em alguma página de nossa história.
E olha que o Brasil sempre teve assuntos e problemas de suma relevância que mereceriam pronunciamentos e tomada de posição que pudesse engrandecer a representação paranaense em Brasília, porém estas vozes nunca existiram e nenhum deles sequer participou da Mesa Diretora da referida Casa.
E com certeza no último pleito os eleitores que tanto quiseram aposentar o Requião da vida pública elegeram o Oriovisto com a esperança de novos tempos, este no entanto ainda não justificou o porquê de ter sido candidato pois não teve nenhuma atuação de destaque nos grandes temas nacionais.
De outro viés o Arns também foi bem votado para evitar a continuação do Requião no cargo, embora fosse conhecido politicamente como um omisso dentre os omissos. Para o governador Ratinho ambas as eleições foram ótimas por ter certeza que nenhum deles atrapalhará as reivindicações do Paraná no âmbito federal e nem para conseguir eventuais empréstimos internacionais. Mas com toda franqueza: o que esses três Senadores fizeram ou estão fazendo em prol do Paraná? Nada, absolutamente nada.
O Álvaro por ser o mais vivido no cargo só usou da mídia para defender as bandeiras do “fim do foro privilegiado” ou “a redução do número de parlamentares”, questões sabidamente natimortas no âmbito político. Afora estes jogos de cena não justificou minimamente nada que pudesse dar motivo a uma reeleição. Algum tempo atrás chegou até a ser cogitado como candidato à Presidência da República, mas não se aventurou por saber que seu prestígio morre nas divisas de nosso estado.
Mas com a síndrome da mosca de cavalo ele quer a reeleição para permanecer mais oito anos no Senado só para ficar na doce vida porque não tem mais nada de novo para oferecer. Ele diferente de seu irmão Osmar não sabe a hora de parar e sossegar o pito. Mas sua reeleição não será fácil como foi nos pleitos anteriores pois terá pela frente um ex-chefe da Casa Civil (Guto Silva) e toda a máquina governamental; e um ex-governador (Orlando Pessuti) muito bom de voto.
A eleição que se aproxima será bem disputada e o candidato ao Senado que estiver concorrendo pela primeira vez com certeza terá a preferência do eleitorado, sequioso por um Senador que tenha a grandeza do Paraná…
“Político não tem desconfiômetro para saber a hora de sair de cena. Caberá ao eleitor a tarefa de aposentar o candidato desgastado pelo tempo que perdeu o brilho e o bonde da história.”
Édson Vidal Pinto