Mundo sem Alma.
Hoje, 27 de junho de 2.017, terça feira.
A solidariedade entre os seres humanos parece estar cada dia que passa se esvaindo no ralo da vida. Enquanto a tecnologia conquista cada vez mais espaço para melhorar as condições de sobrevivência das pessoas no caminho da existência, proporcionando melhor condição de vida a ponto de permitir maior longevidade, de outro lado parece que a alma perdeu a sensibilidade para amar o próximo menos próximo.
O amor entre as pessoas reduziu-se ao egoísmo de só amar àqueles que interessa agasalhar e prover. Ninguém mais! A morte foi banalizada a ponto de só sentir a perda de um ser humano as pessoas mais próximas do falecido, esquecendo-se da importância da vida como dádiva divina e da real importância da própria perpetuação da espécie sobre a terra. Num acidente com vítimas fatais os curiosos são atraídos pelo instinto mórbido de ver a desgraça materializada, sem nenhum aparente sentimento nobre a não ser de momentânea "pena".
Todos os dias a imprensa noticia e mostra os refugiados de guerras fratricidas, zanzando sem rumo, perdidos na desesperança, abatidos, sem sonhos, crianças subnutridas, doentes, reunidos em longas filas como animais conduzidos por imaginários cavaleiros do Apocalipse. E os humanos refestelados no conforto simplesmente testemunham calados e inertes.
Os governos buscam saídas para seus próprios problemas e ignoram que vivemos num mesmo mundo, onde todos respiram do mesmo ar, usufruem da mesma natureza e necessitam da pureza da água para sobreviver. As aves e os cenários que encantam também encantam àqueles que têm o direito de viver com dignidade. As guerras mundiais não serviram de exemplo para nada, os combatentes e as populações que pereceram no palco de tantas batalhas caíram no esquecimento geral.
E quanto mais os dias passam mais "o homem é o lobo do próprio homem". A palavra "amor" está egoisticamente reservada para a intimidade da família e quando esta é unida, nada mais. O distanciamento entre as pessoas é marca registrada do desamor, muito bem constatada pelo fracionamento dos iguais de mesmo sangue onde pais envelhecidos vivem isolados, irmãos não se visitam e parentes só em raras ocasiões é que se encontram.
É por isso que a vida é menos prazerosa, alegre e solidária. Ah! Deus? Parece que só é lembrado na tragédia pessoal que abala a estrutura e faz renascer o egoísmo da perda, mas logo cai no esquecimento! Os corações humanos necessitam urgentemente de uma grande faxina para que dentro dele permaneça apenas o "amor ao próximo" , antes que os bens materiais e o egoísmo faça sepultar o mais nobre dos sentimentos que o Criador nos presenteou...
“A palavra "amor" tem a magia de semear todas as coisas boas que uma vida pode proporcionar no caminho da existência. A solidariedade é mero reflexo. Amar e respeitar o próximo são o melhor legado que se pode deixar àqueles que vêm logo atrás! "
Edson Vidal Pinto