Não Gosto de Debate na TV
Na minha maneira de pensar eu acho que debate na TV é como um triste espetáculo de boxe e artes marciais, onde os adversários tem que manter as aparências de que estão bem, mas por dentro estão se remoendo de ódio. E quem não tem equilíbrio e nem freio inibitório tende a arremessar cadeira contra o oponente, como fez o intolerável Datena num lamentável episódio, ou usar das ofensas como arma para um boa defesa, principalmente, para quem não tem propostas e nem soluções. O debate em si não passa de uma rinha de galos de briga exibido para o público como forma de espetáculo, pois no final os eleitores não se deixam levar para mudar suas preferências, pois quem é Luiz Ignácio nunca mudará para votar num destro. E vice-versa. É até engraçado eu dizer que não gosto de debate, logo eu que militei muito nos diversos Tribunais do Júri nas comarcas do interior do estado, bem como, em Curitiba, quando tive o privilégio de “enfrentar” grandes tribunos, advogados criminalistas de combatividade, cultura e grande experiência. Cito alguns: Vieira Neto, Wagner Brussulo Pacheco, Mauro Viotto, David Wiedmer Neto, Elio Narezi, Mário Jorge, Dálio Zippin Filho, em que todos eles, sem exceção, eram debatedores como poucos, argutos e de raciocínios rápidos. E nunca me perturbei em plenário e usei de todas as suas técnicas e malícias (no bom sentido) para convencer o Conselho de Sentenças. Mas quando vejo um debate político na TV e a performance de um ou do outro candidato deixar de lado as propostas, o que deveria ser a finalidade do programa, para partir com ofensas ou insinuações sobre a honra de seu adversário, daí, simplesmente, mudo de canal. Não gosto de ver ninguém tripudiar sobre o outro candidato, pois não me sinto confortável, vez que não tolero ser ofendido e por isto nunca faço mal juízo de ninguém. Nas dezenas de júris que eu atuei como Promotor de Justiça jamais fui provocado com insinuações injuriosas, é claro, que no calor dos debates uma ou outra frase pode ter conteúdo irônico, até mesmo de deboche, mas não suficiente para atingir s honra de ninguém. No Júri vale o raciocínio rápido e o aparte no momento oportuno, para ludibriar o raciocínio do outro, a fim de municiar os jurados. Nada de ofensas pessoais, palavras grosseiras pronunciadas em voz alta, como se fosse provocação para agressão física. Isto nunca, jamais protagonizei cenas vulgares como estas. Mas tenho testemunhado, presentemente, no plenário do Júri de Curitiba, Promotores e Advogados, provocando um ao outro, com gritos e até com gestos agressivos exigindo que Juiz, Presidente do Júri, tenha que intervir para aplacar os ânimos exaltados. Tudo por faltar ética e bom senso para esses profissionais insensatos. Lembro ainda do debate da Dilma com o Aécio numa apresentação ridícula de ambos, pela absoluta falta de conhecimento dos problemas brasileiros, além, é claro, por suas inteligências abaixo da média. O mesmo ocorreu entre o Luiz Ignácio e o Bolsonaro, um teatro de horrores. No pouco do debate que ouvi ontem pela Band, entre o Eduardo e a Cristina, esta quase nada disse sobre os problemas da cidade de Curitiba, diferente de seu oponente, mas continua no páreo. Acho que a forma de debater está errada : deveriam ter três jornalistas, com perguntas previamente elaboradas para os candidatos responderem, todas elas sobre questões e problemas da cidade, cabendo a cada candidato apresentar as devidas soluções. Perguntais iguais para os dois. E no final um minuto e meio para as despedidas. Sem permitir respostas evasivas e nem conjecturar sobre os temas.
Daí, ao que parece, daria oportunidade para os telespectadores avaliarem bem o conhecimento de cada candidato e escolher em quem votar…
“Debater é debruçar sobre temas específicos para encontrar soluções viáveis.
Discutir problemas para administrar uma cidade é demonstrar conhecimento sobre ela, propor soluções, e propiciar qualidade de vida à população. Discutir problemas de um país, é respeitar a Constituição, zelas pela soberania, propor plano de governança e de equilíbrio econômico, para permitir a efetividade de políticas públicas. Não é conversa mole e nem tarefa para qualquer um.”