Não Sei não
Dia destes fiquei olhando a quantidade de comprimidos que eu tomo para muitas e tantas doenças, que meus médicos dizem que servem para alguma coisa, que as vezes até desconfio de suas eficácias. Não que eu duvide dos esculápios que são todos meus amigos, mas minha desconfiança mesmo é das próprias pílulas, multicoloridas, amargas ou sem gosto, redondas, quadradas ou ovais que com um pouco de água vão parar dentro do meu organismo em lugares incertos e não sabidos. Fico me perguntando: será que cada um dos comprimidos sabe o lugar certo para ir? Se souberem, o que eu não acredito, tudo bem; mas se não souberem eu acho que estou sendo vítima de estelionato. A pergunta que não quer calar: será que todos os comprimidos que eu tomo quando levanto, almoço e vou dormir, servem de fato e de direito para curar os males que me afligem? Não sei não. E pensar que todos os dias nos consultórios aparecem os propagandistas de laboratórios convencendo um ou outro (ou todos?) os médicos de que foi “inventado” um novo produto que é bem melhor para curar a doença que eles combatem. A criatividade dessa gente de laboratórios farmacêuticos é irritante e ininterrupta -, eles são prodigiosos porque diariamente colocam alguns medicamentos em forma de drágeas nas prateleiras das farmácias. Eles fazem milagres sem precisar de templos e nem arrecadar dízimos, porque arrecadam somas milionárias às custas dos pobres doentes que pagam valores exorbitantes. Você já parou para olhar nas prateleiras de uma farmácia ? Parece um paiol de produtos bélicos, tem de tudo para tudo e para todas as doenças. Não falha nenhuma e se não tiver o original vai o genérico, ou aquele que der na telha do atendente ou farmacêutico indicar. Quem entra em uma farmácia não deixa de sair com algum tipo de remédio embaixo do braço. A necessidade impõe as regras e a recusa deixa de existir. Tenho até hoje trauma por causa do COVID pois ainda não sei se para previnir tomo a vacina ou se opto pelos comprimidos de vermífugo para cachorro ? Estou achando que a Ivermectina deve ser mais confiável porque não soube até hoje que algum pet tivesse morrido de COVID. Logo, por quê duvidar da constatação? Ah, voltando aos comprimidos ou drágeas : por quê não inventaram um único sabor para todos eles ? Limão, abacaxi, framboesa ou gengibirra para que doente não estranhe o gosto e nem sinta a sensação de que esteja sendo enganado ? Mas isto os cientistas e pesquisadores das indústrias de produtos farmacêuticos nem dão a mínima, quando muito mudam as cores dos comprimidos e nada mais. Pura discriminação só para dar a impressão para quem toma que a pílula de cor amarga é a que mais efeito faz no organismo. Não sei porquê mas o amargor tem o gosto da cura. Pois tudo que é ruim é bom para a saúde! O bom leva à óbito. Outra coisa que implico: já repararam que em uma caixa de comprimidos a bula que acompanha é tão grande que justifica o tamanho da embalagem? Vêm oito drágeas e um quilômetro e meio de bula. E o pior: esta ninguém lê com medo de ficar cego em razão das letras serem tão miudinhas. Pura sacanagem, pois o laboratório não quer que o consumidor entenda patavina do que está colocando na boca. Eu até acho que se os médicos soubessem a fórmula dos medicamentos que receitam, com certeza não teriam tamanha audácia. Estou com vontade de jogar no lixo a montanha de drágeas e pílulas que tomo diariamente, só que fico sem graça, pois se não não comprar mais o farmacêutico vai à falência, o laboratório idem e muita gente vai ficar desempregada, e o médico vai perder a graça…
“Se medicamento fosse eficaz como diz a bula, a Coca-Cola hoje não seria refrigerante. Não é possível que todos os comprimidos e pílulas vendidos numa farmácia produzam os efeitos prescritos nas receitas médicas. Acho que nesta parafernália de produtos, há muita quantidade e pouca qualidade.”