Nó Cego.
Hoje, 27 de janeiro, sexta feira.
Na democracia o regime Presidencialista pressupõe que o Chefe do Poder Executivo Federal tenha determinação própria para ditar políticas públicas e escolher seus assessores diretos, dentre aqueles de melhor perfil para executar os programas de Governo.
Claro que o apoio político partidário é indispensável para as aprovações dos projetos de leis, necessários para chancelar a legalidade dos programas. Infelizmente no Brasil as relações republicanas que deveria prevalecer entre integrantes dos três poderes, sofreram deturpações com trocas de favores e relações pessoais promíscuas.
Os Partidos Políticos foram os maiores beneficiários desse indesejável processo. Simplesmente porque o Presidente da República está manietado a toda sorte de injunções e interferências, tornando-se apenas parte integrante de um presidencialismo falido.
Por quê? Porque não tem autonomia para gerir o próprio governo. Situação que se escancara com a relação dos nomes indicados para dirigir a Usina de Itaipu. Sem nenhuma intenção de desmerecer ou diminuir o conceito dos indicados, mas apenas para mostrar as teias do poder e a maneira pela qual estes nomes são ungidos.
Todo o trâmite inicia pelo Partido Politico do qual o Presidente é filiado e lhe dá a principal sustentação para a governabilidade, no caso o PMDB. Como a Itaipu está localizada em área do Paraná, busca-se o "consenso" do nome do indicado de acordo com os interesses políticos da região, atendendo-se a conveniência de eventual aliança com outro Partido amigo.
É dos "líderes" desses Partidos (porque no caso são duas vagas em aberto) que os políticos mais aguerridos passam a deter o mando das indicações. Abstraindo a indicação de um dos nomes, por Partido amigo que dá apoio ao Presidente, e analisando apenas "quem" do PMDB /PR fez a outra indicação dá a exata dimensão do caldo nojento e rampeiro da política brasileira.
A Imprensa destacou que um dos nomes indicados para uma das diretorias da Itaipu Binacional foi feita pelo Senador Roberto Requião do PMDB do Paraná. Se existe na política a velha máxima de que ser político é saber engolir um sapo por dia, sem duvida esta foi uma delas.
Mesmo digerindo que o consenso deveria nascer da vontade do Partido, parece ilógico e incoerente que dentre os seus integrantes a indicação fosse chancelada justamente pelo Senador Requião, sabidamente adversário do Presidente e defensor incansável da caterva petista. Durma-se com um barulho deste!
Tudo suficiente para mostrar quão fragilizado está o regime Presidencialista, fato mais notório e contundente foi quando das "indicações" de Ministros de Estado onde prevaleceu à colcha de retalhos para agasalhar a possibilidade da governabilidade, com figuras comprometidas por indícios de corrupção, mas por serem caciques nos seus próprios redutos partidários tiveram seus nomes escolhidos. Fato que frustrou as expectativas de mudanças e sepultou a credibilidade do novo governante.
E assim os dias vão se arrastando, a poeira do ar vai se assentando, os criminosos de lesa a Pátria vai burlando a decência e solução que é bom, nada. Parece que estamos enroscados e não conseguimos desatar o nó cego que nos liberta do nosso próprio abismo.
O regime Presidencialista está deteriorado e sem forças, porque o que existe mesmo é apenas o regime "Partidário" que atende interesses estranhos e individuais de militantes que sequer tem noção do que seja coerência, respeito às leis e amor ao Brasil. Vamos acordar juntos, vamos votar com consciência e recuperar o País para os futuros brasileiros. Chega dos mesmos!