No rastro do vírus
Meu filho Luiz Gustavo disse que ontem à tarde o centro de Curitiba estava quase deserto, pois a cautela contra o coronavírus está sendo observada pelos bons cidadãos. Agora também as repartições públicas estão atendendo online, para evitar aglomerações e a disseminação da doença. Todos os cuidados foram adotados pelas autoridades de Saúde Pública e algumas medidas foram ditadas para abafar o surto virótico.
Tudo dentro do melhor protocolo dado o perigo mundial do coronavírus. Contudo é deveras preocupante as consequências econômicas desse verdadeiro estado de sítio porque a população está sendo instada a ficar confinada em casa, claro mais precisamente os idosos por estarem na vitrina do chamado grupo de risco, com tudo o mais andando em marcha lenta. É verdade, pois com certeza o governo perderá muito dinheiro o que dificultará ainda mais as execuções de suas políticas públicas, imprescindíveis às populações.
Com igual peso a indústria e o comércio terão prejuízos muito maiores do que tiveram nas épocas dos antigos Planos Econômicos do Governo Federal e recessões econômicas decorrentes da instabilidade do próprio mercado. Mas que preocupa mesmo são as perdas dos comerciantes que lutam para manter seus negócios, honrar os compromissos assumidos, pagar empregados e sustentar a família. Estes com certeza estão vivendo na insegurança do amanhã, caso a situação de pandemia não reverta em curto espaço de tempo. Situação diversa das grandes empresas que tem estoques suficientes e condição economicamente mais privilegiada para suportar por mais tempo o impacto da perda.
Como sobreviverá o micro, pequeno e médio empresário que tem apenas nos limites restritos de seu único estabelecimento, onde faz da arte de negociar, a base de sua sobrevivência. Será que os cidadãos conscientes podem ajudar neste momento de crise? Como? A única maneira aparentemente viável será prestigiando o chamado “comércio local” -, que está visível e presente no nosso bairro, perto de nossa residência, dando preferência aos mesmos quando tivermos que adquirir bens de consumo. Exemplos: a padaria, a frutaria, confeitaria, casa de roupas, calçados, restaurantes, lanchonetes, mercearias, açougues, presentes, livrarias e outros estabelecimentos de menor porte. Tudo como prova de solidariedade -, pois são famílias inteiras que dependem dessas atividades mercantis de difícil sustentação e êxito.
Um hábito que deve ser preservado independente de crises de igual natureza, mesmo que tudo passe e a vida retome o seu ritmo de normalidade. E pelo jeito outros vírus de igual perigo estarão aparecendo de quando enquanto pelo mundo, com certeza fruto do descaso ao meio ambiente, pela falta de saneamento, em virtude das poluições dos rios e dos mares, pela promiscuidade e falta de higiene pessoal. Pois nestes cenários é que os vírus aparecem, expandindo-se tão rapidamente e alertando nessas tragédias para que os seres humanos enxerguem o próprio planeta. E este não é o mesmo, pois a carcomida terra há muito tempo está pedindo socorro, mas ninguém se importa ...
“Surto endêmico é um alerta às populações de que nosso planeta está doente.
As pessoas tem de entender que vacinas são necessárias e evitam que outras pessoas sejam infectadas; noções elementares de higiene é o mínimo que se possa exigir de um ser humano. Pessoas tidas como “excluídas” que vivem sob marquises e morando nas ruas, contribuem para espargir péssimos exemplos e doenças transmissíveis. E as autoridades com viseiras ideológicas insistem em não enxergar.”
Edson Vidal Pinto
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