No Teatro de Brasília
Ontem, com a Operação Lava Jato em pleno andamento, uma corja de indivíduos sentou no banco dos réus. Mas… não deu em nada.
Apesar das delações premiadas, provas testemunhais e documentais inequívocas, apreensões de vultosas somas de dinheiro no país e no exterior, e de empresários atolados até o pescoço em maracutaias com agentes públicos — tudo foi torpedeado pela nefasta impunidade.
Quem estava condenado foi "descondenado";
Quem “perdeu” dinheiro, recuperou;
Quem estava preso, foi solto;
E o pior de todos foi ungido ao cargo de Presidente da República.
Um flagelo para o país.
E hoje?
Um ex-presidente sentado no banco dos réus, frente a frente com seu algoz, respondendo por um suposto “golpe” contra o Estado Democrático de Direito — um crime que nasceu da ilação extraída de reportagens tendenciosas da imprensa e de um “flagrante preparado” por uma teia urdida no âmago do Governo Federal.
É triste ver generais e pessoas idôneas tendo que prestar explicações por fato cogitado no governo anterior — que não caracteriza crime - e sem nenhum vínculo com o episódio de 8 de janeiro em Brasília.
Não se trata de dizer que tais autoridades estejam acima da lei. Não.
Mas é que o palco é o mesmo que anteriormente “subtraiu” corruptos da censura legal.
E, como sabido, desta vez será terra arrasada.
Nenhum dos acusados escapará da foice e do martelo que brande nas mãos do Xandão.
O roteiro do “julgamento” foi anunciado lá atrás:
— pelas declarações e insinuações de inquilinos do STF;
— pelo desejo doentio do Luiz Inácio;
— pelo coro afinado dos petistas e canhotos que já se vangloriam com antecedência com as condenações dos réus.
Mas, sobretudo, pela conhecida parcialidade de quem vai julgar.
E não é um jogo limpo.
Aliás, no âmbito da Justiça, ninguém joga com a sorte.
Quando muito, pode-se torcer para que o resultado seja favorável.
Mas… no caso concreto, nem vale a pena torcer.
As condenações são certas.
Salvo se a lava do vulcão Etna — aquele lá da Itália — conseguir amolecer a dura massa encefálica de uma certa cabeça sem cabelo e oca…
“Não existe Justiça quando o juiz preside processo com manifesta parcialidade; sem senso de equilíbrio e sem descortino para bem avaliar o mérito do julgamento.
Esta é uma lição primária, dada em qualquer Faculdade de Direito. Claro… Mas só vale quando o juiz exerce sua jurisdição num Estado Democrático de Direito.”