Noite de Horrores
Grande parte dos eleitores e da classe dos jornalistas devem estar amargando profunda tristeza depois de assistirem na noite de segunda-feira, pela Rede Globo de Televisão, as atuações patéticas com aulas de micagens de William Bonner e Renata Vasconcellos quando perderam a oportunidade de entrevistar o Presidente Jair Bolsonaro com perguntas inteligentes e abordar temas relevantes, mas, ao invés disto, optaram para expor suas preferências políticas partidárias e agirem como Tomás de Torquemada e Maga Patalójica.
Para quem há anos não assistia dito canal de TV foram vinte minutos de acusações e súplicas tentando extrair do Presidente compromissos de que ele não vai invadir o Parlamento e vai respeitar o resultado das urnas. Dois abordes obtusos e inoportunos. Depois tentaram rotular o atual governo federal com pejo de corrupto quando disseram, sem nenhuma prova ou argumento robusto, que o ex- Ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores desviaram verbas públicas para favorecer terceiros. E quando o Presidente rebateu, de pronto mudaram o tema e formularam outra acusação. E esta foi a ingerência do governo na atuação da Polícia Federal tida como uma instituição do Estado e autônoma, inclusive com reiteradas mudanças de diretores.
Com toda a empáfia e soberba que tem o Bonner é incrível que ele desconheça que a PF é uma instituição de governo e está subordinada ao Ministro da Justica e, como tal, não tem autonomia. Foi então lido o manifesto do presidente do sindicado da PF acusando o Presidente de ter arranhado a dita autonomia (que não existe), sendo que esta a bem da verdade foi bandeira corporativista que não vingou no Congresso Nacional. E nem poderia : pois seria um caos. Igual entendimento cabe às Forças Armadas que tem no Presidente da República o Chefe Supremo e a Constituição Federal a incumbência-dever de zelar pelo seu cumprimento.
Se o Presidente, os Ministros da Justiça (PF) e da Defesa ( FFAA) não puderem alterar os dirigentes das instituições que lhes são subordinadas, as mesmas teriam por lei que estarem equiparadas ao Ministério Público, um órgão tido entre os doutrinadores e juristas como “inter-poder” ( ou seja ele, está vinculado ao Poder Executivo mas orbita livremente entre os demais Poderes). E quando falaram dos incêndios na Amazônia ? Ouviram do Presidente dados estatísticos e verdades que ignoravam e quando foram mencionados os grandes incêndios ocorrentes nos demais países, também mudaram de assunto. Outro ponto de muita insistência foi quanto a proteção de tratores e outros maquinários nas áreas devastadas da selva, que sob a ótica do inquisidor-mor foi uma ilegalidade flagrante.
E quando o Presidente referiu que a medida protetiva do maquinário está prevista na lei, novamente o acusador mudou de ótica. E quando ocorreu a tentativa de colocar o Presidente contra a parede, quando no início da gestão teria dito que não aceitaria governar com o “Centrão” e acabou acolhendo o mesmo no seu governo?
A resposta convergiu para a governabilidade e justificar as reformas necessárias, esclarecendo que na sua época como parlamentar não existia como hoje é conduzido esse grupo de parlamentares. Mas o Bonner tentou conflitar e como réplica ouviu o que não queria : “Pelo jeito você quer que eu seja um ditador!” A resposta foi óbvia pois se o governo não tiver maioria no Congresso Nacional não poderá sair vitorioso em nenhum projeto de lei que enviar àquela Casa de Leis, por conseguinte teria que inverter a Ordem Constitucional e o Presidente assumir autoritariamente o Poder.
O Bonner fez uma cara de pamonha e ficou com o mico nas mãos. O programa foi um circo de horrores e um atentado à inteligência dos eleitores. O Presidente do início ao fim foi tratado de “candidato” como se ele não fosse naquele estúdio de televisão o Chefe da Nação. Foi ação deliberada e desrespeitosa de dois profissionais sem classe e sem nenhum pingo de educação …
“O Presidente entrou num covil de lobos sedentos de sangue e manteve a calma; mostrou com isto amadurecimento e prudência. Pois não é fácil para ninguém se submeter a ira de dois acusadores que têm nas provocações o intuito de fazer o interlocutor perder a cabeça.”
Édson Vidal Pinto