O Fim de Um Ciclo?
Aquele que sempre viveu profissionalmente da política quando percebe que o ciclo de vitórias nas urnas está preparando uma desagradável surpresa, antes que o pior aconteça tenta pressionar e intimidar quem tem prestígio e a máquina do governo nas mãos para lhe dar o indispensável apoio a fim de conseguir a reeleição. Sem o qual a vaca vai para o brejo.
Com atuação pífia no Senado da República Álvaro Dias sem nenhum destaque a nível nacional está agora frente a frente com o seu eleitorado e vê que seu prestígio não é mais o mesmo pois sente que lhe falta o oxigênio necessário para encarar mais uma disputa bem mais acirrada por ter de enfrentar adversários bons de votos . E por isso o outrora imbatível e hoje titubeante Álvaro necessita do apoio incondicional do governador Ratinho para permanecer mais oito anos no cargo prazeiroso de senador repleto de mordomias, mesuras e próximo do poder; caso contrário terá que vestir o pijama e viver de uma aposentadoria moralmente criminosa.
Como é toda a aposentadoria dos políticos. Mas o Ratinho tem seu ex-Chefe da Casa Civil que deixou o governo justamente para concorrer na mesma vaga que pretende o Álvaro, por isto este resolveu peitar o governador ameaçando deixar a disputa do Senado de lado para concorrer ao governo do estado caso lhe falte o devido apoio. Um blefe de politiqueiro de botequim porque o Ratinho a única coisa que fez até aqui em seu mandato foi costurar todos os apoios que precisava para sua reeleição, logo a intimidação que está sofrendo não passa de um tiro n’agua. Porquê com a eleição mais do que garantida é óbvio que disputar a governadoria com quem quer que seja não preocupa nem um pouco o jovem e amorfo governador.
Assim o Álvaro vive na incerteza e esperançoso com um apoio que lhe será negado, tendo que entrar na disputa com o pouco prestígio que ainda lhe resta. Claro que a trajetória política de Alvaro Dias foi invejável por ter conseguido cargos eletivos relevantes porém adormeceu com o esplendor da glória e esqueceu que sem combater bons combates e tomar decisões na hora certa num Brasil cheio de problemas, para permanecer em segundo plano acarreta inegável desgaste perante o eleitorado. Outrora um homem publico bom de conversa e sabendo aproveitar as boas ocasiões para se promover deixou de lado toda a esperteza para se aninhar nas sombras e martelar em ferro frio. Foi um dom Quixote quando defendeu ardorosamente o fim do foro privilegiado e a redução do número de parlamentares, duas propostas utópicas e sabidamente natimortas.
Nunca a atual classe política aceitará qualquer dessas duas proposições, por motivos óbvios. Nada além disso o experiente político contribuiu para o país e sequer olhou o Paraná com bons olhos pois mais atrapalhou os governantes do que efetivamente ajudou. Daí o seu desgaste político e o medo de ser surpreendido pelos eleitores. Na legislatura passada quando estava na metade de seu mandato como senador é que o Álvaro deveria disputar o cargo de governador com amplas possibilidades de vitória e que com certeza lhe daria um novo fôlego na vida pública. Deixou passar a oportunidade por algum acordo de bastidor e promessa de conseguir uma reeleição sem esforço. Mas com certeza foi surpreendido com um concorrente saído do próprio Palácio Iguaçú e com um outro ex-governador de enorme prestígio postulando igual objetivo. Evidente que o Álvaro Dias está num pacau de bico pois se ficar o bicho come, se correr o bicho pega …
“O político que esquece do eleitor e fica oito anos apenas na sombra do parlamento, não pode ter certeza na reeleição. Quando o ar da renovação chega o velho político perde o espaço e a vez.”Edson Vidal Pinto