O Gato de Botas.
Na semana que passou duas notícias chamaram a atenção: as acusações contra João de Deus por algumas mulheres que se dizem assediadas pelo renomado espírita; e o término da farra das romarias até a manjedoura onde o Lula estava atendendo seus inúmeros clientes.
Como estamos no período que antecede o Natal e pela falta de notícias mais sensacionalistas, estas duas bastam para um cronista do cotidiano rabiscar este texto, abusando da criatividade.
Na primeira delas, os fatos vão além da imaginação e com muita dose de mistérios. João de Deus é um médium idolatrado por muitos, bondoso e humanitário, que merece todo respeito.
Dizem algumas mulheres, no entanto que ele em transe, quando incorpora algum ente do lado de lá, aproveitava para mostrar seu lado sedutor. Não vamos entrar em detalhes e cada um pense o que achar melhor. Não me atrevo afrontar nenhuma entidade, mas que as acusações são inusitadas é.
Ele e seu advogado se apresentaram perante i delegado de polícia:
- Então seu João, que história é essa de assediar mulheres...
- Não é verdade, delegado.
- Ah! Então elas estão mentidas?
- Não, não estão mentindo.
- Como pode? Por favor, me explique.
O advogado tomou a palavra e respondeu pelo seu cliente:
- É o seguinte, doutor: o João como pessoa lúcida não assedia ninguém; ele só age como conquistador quando está incorporado por um espírito...
- Sei, sei - respondeu a autoridade - só quando “baixa” um espírito de porco?
- Exatamente. Portanto quem comete crime é outro e não ele, logo ele é inocente
O delegado ficou indeciso e resolveu soltar o João de Deus por ter um álibi acima de qualquer suspeita. Assim, ficou para o Promotor de Justiça dirimir esse imbróglio. Até segunda ordem João de Deus está livre da prisão. Só as vítimas estão inconsoladas e pedindo justiça para os Juízes Criminais. Querem, porque querem, a prisão do tarado.
De outro viés, os romeiros que foram visitar o Lula na Superintendência da Polícia Federal no bairro de Santa Cândida, ficaram chupando o dedo pois não puderam entrar. Ordem da Juíza.
E adivinhe quem estava na comitiva que foi barrada na entrada? Claro, todos os conhecidos espectros da má política. Depois de quatrocentas e tantas visitas ao condenado mais honesto e injustiçado, alguém se encheu e acabou impedindo o acesso na sua cela. Na saída, vale a pena conferir as opiniões desses lulapetistas.
A primeira foi da Gleisi, que com um microfone nas mãos, mostrava toda a indignação:
- Não sei o que está acontecendo no país; ninguém conseguiu conversar com Lula por intransigência da Juíza: exigimos imediata mudança de atitude. É um desaforo que a Presidenta
Dilma, não pudesse entrar para ver como está passando o nosso querido companheiro, nem ela e nem o Lindemberg, muito menos o Dr. Rosinha, o chefe da torcida dos Gaviões do Corinthians, nem a Miriam Leitao, o Chico Buarque e a bondosa Benedita.
Exigimos o direito de visitar nosso homem, líder e senhor!
- E se não houver autorização, tomaremos de assalto o prédio da Polícia Federal! - palavras da Benedita, a guerrilheira do morro do Boréu. Provocação ratificada pelo Dr. Rosinha e seus eleitores da Vila Pinto. Só faltou o “quase” não senador e seu cavalo preto pintado de branco, porque está em turnê pelo Velho Mundo com sua inseparável e fina mulher.
Enfim, parece que a farra das visitas chegou ao fim. Sinal dos novos tempos que se aproximam.
No primeiro episódio o delegado resolveu no final do inquérito, indiciar o espírito de d. Juan, deixando o João de Deus de lado. Solução tida por muitos como do melhor bom senso.
E no segundo episódio, a loira do PT por iniciativa própria, resolveu consultar o Gato de Botas (ele calçava botas pelo frio úmido que subia do chão de cimento da sua cela) para saber como deveria agir...
“Cada fato tem sua história e a própria versão. “Dê-me o fato e te darei uma história”, já dizia Esopo (o fabulistas grego). Mas se não foi ele que disse essa frase tão inspirada, deve ter sido o Heitor, meu vizinho; ou a secretária do Marcos Pessoa, meu amigo e escritor emérito!”
Edson Vidal Pinto