O Juiz.
Hoje, 23 de janeiro, segunda feira.
Claro, ninguém duvida que as sociedades vivem em permanente efervescência. Nada é imutável. Padrões, tipos, hábitos e costumes são fontes inesgotáveis de transformações, que servem por bom período para moldar a aparência e o comportamento do ser humano no contexto de uma determinada época.
A educação, como exemplo de relacionamento entre pessoas, tem tido profundas modificações nos últimos anos. São poucas as famílias, como células das sociedades, que ainda cultivam o respeito entre os mais idosos e os jovens, a atenção recíproca, o afeto entre pais e filhos e as preocupações do ensino civilizado de que o direito de cada indivíduo termina onde começa o direito do outro.
Pequenas regras que o ser humano deixou de aprender e cultivar. Parece que no mundo contemporâneo impera a lei da selva: só os fortes e brutos sobrevivem! Em palavras mais chulas: só os corruptos e belicosos alcançam o final do arco íris! As relações humanas estão se deteriorando a olhos vistos. Só não enxerga, quem não quer ver. A licenciosidade prospera na nossa porta. Fiz esta introdução para mostrar que os Juízes também mudaram, para pior.
A maioria quer emprego vitalício, viver para o magistério superior, sem compromisso institucional e usufruir dos bons momentos de lazer patrocinado por interesseiros e promíscuos abastados. O trabalho?
Ora, a prestação jurisdicional é executada de acordo com o prato cheio servida pelas mãos diligentes dos bons assessores. Cada um vista a carapuça como quiser, pois os que são Magistrados sabem a quem me refiro.
Era lisonjeiro pertencer a Magistratura e envergar a Toga, ser respeitados pelos Advogados e jurisdicionados, ser apontado como o melhor exemplo de retidão e operosidade e viver com a consciência tranquila. Sem demonstrar valentia ou coragem o Juiz enfrentava os desafios profissionais com altivez, sem arroubos e nem encenações.
Expressava sua opinião apenas nos autos do processo, sem nenhum comentário leviano e nem críticas veiculadas e exploradas pela Imprensa. De Comportamento sempre reservado e discreto o Juiz trilhava a carreira e vencia os obstáculos sem alarde. Primava o decoro. Pena que tudo isso está sendo varrido para baixo do velho tapete esticado no chão do Museu da Justiça.
As novas gerações de Juízes tem que resgatar da História e biografia dos bons Juízes que passaram o rastro das suas respeitabilidades e exigir daqueles ungidos e que integram os Tribunais Superiores comportamentos compatíveis com a dignidade da Justiça brasileira. Chega de cenas burlescas e de rançosos jogos de palavras, que Eles aprendam a adjudicar e respeitar a Lei. É o mínimo que se espera de cada um...