O Manda Chuva
O Manda Chuva. (Crônica No. 3.442). Hoje, 20 de agosto de 2.023, domingo. Não, o título desta crônica não tem nada a ver com o Luiz Ignácio, nem com qualquer outro figurão que arrota peru, tipo daqueles que nunca comeram melado mas quanto comem se lambuzam. O manda chuva em questão é diferente porque ele não exige nada e mas em compensação recebe tudo; a bem da verdade, para ele, comer, ser acarinhado e ter um lugar no sofá para dormir seria suficiente. Mas de uns tempos para cá ele começou a ganhar um status inimaginável, como viajar de avião, navio e frequentar os melhores shoppings do país. Tem muitos deles que tem seguro saúde e plano funeral, inclusive cemitério especial e cremação. Ele as vezes tem mais regalias dentro de casa do que o próprio dono quando a esposa é que manda. Claro que você já adivinhou de quem estou me referindo. Não ? Aqui vai mais uma dica : segundo o IPB essa nova elite pelo último censo é constituída de 150 milhões de indivíduos.
Indivíduos ? Sei lá, mas bem mais da metade deles são cachorros, pois os demais são gatos. Evidente que o manda chuva que me refiro são os pets de todas as raças, tamanhos e cores que os “tutores” compram ou ganham e fazem deles seus bibelôs. Não vou comentar sobre os pets de famílias sem pedigree pois estas não dão dão a mínima há não ser restos de comida para que eles possam sobreviver, são coitados porque moram acorrentados nas proximidades da própria “casinha” localizada nos fundos da propriedade , e a noite são soltos para se transformarem em cães de guarda. Estes são os excluídos e não participam da elite canina. Meu aborde buscará retratar os pets da alta sociedade. Aqueles que vivem dentro de casas ou apartamentos, só saem para as calçadas com o tutor ou tutora para fazer as necessidades fisiológicas, uns vestidos de casaquinho de crochê, mas todos na correntinha afixada na coleira. Nas calçadas eles tem preferência e os humanos têm que dar o espaço e a distância necessária para não enfezá-los. Ah, alguns tem certidão de nascimento, nome e sobrenome, como o da secretária da minha mulher que se chama “Luiz Eduardo Ribeiro”, vulgo “Dudu”. Um típico vira-lata sortudo porque nasceu com o rabo para a lua. Ela trata o bichinho como um filho. Pois, bem. Não é novidade para ninguém que tem casas comerciais especializadas em promover festa de aniversário de pets, com direito a convidados. Também tem uma casa mobiliada só com sofás para o deleite dos cachorros, com direito a lanchinho. Mas o última novidade da praça está sendo promovida pela Cinesystem no “Morumbi Town Shopping” de São Paulo, com sessões de cinema para cachorros nas terceiras terças-feiras de cada mês, com início às 12:00 horas, onde está sendo projetado o filme “Besouro Azul” que tem como atriz Bruna Marchesini. Na primeira sessão tiveram oitenta pets , todos de fralda, assistiram a fita no colo da tutora ou sentado na frente da poltrona. Foi um desbunde. Nada contra, pelo contrário, afinal este é um novo século. Ademais, se tem canal de TV pago só para pets, um filminho na tela grande com a Bruna de corpo inteiro com certeza deixou muitos cachorrões com a língua de fora e babando …
“O Luiz Ignácio vai ter que criar novos ministérios para acomodar a sanha do Centrão. Então porque não criar o Ministério de Cães e Gatos e convida algum político do Centrão com o rabo preso no STF? Depois dizem que não gosto do “nosso” Presidente.”