O Povo Perdeu o Humor.
Ontem, 15 de novembro de 2017, quarta-feira.
Data da Proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Página da História do Brasil de significado ímpar, pelo primado da nova forma de regime de governo: “o governo do povo, para o povo!” Nessa essência da mudança, deixando para trás o ranço monárquico de lado, o que se buscou foi à modernidade da administração do país, gerido harmonicamente por três Poderes, distintos e independentes, fiscalizando um ao outro para o progresso da Pátria.
As más políticas constituídas de indivíduos da pior espécie, ressalvadas raríssimas exceções, fizeram da tão decantada República um arremedo dela, onde interesses pessoais e de grupos se sobrepuseram aos interesses nacionais. Situação consolidada ao longo dos anos. A República está cambaleante porque o tripé dos Poderes que a sustentam está carregada de más intenções.
Um executivo que não governa; um legislativo que não representa o povo; e um Judiciário politizado. Neste descontrole a nau brasileira singra mares revoltos e correntezas de infortúnios. Até o povo perdeu a graça. Falar e escrever tornou-se um martírio; piada racista, nem pensar; falar mal de homem casado com homem e de mulher casada com mulher, a certeza de ser execrado publicamente; tudo é homofobia, bullying e exagerado radicalismo creditado à odiosa direita. Não dá mais para cantar “nega do cabelo duro” e nem “olhe a cabeleira do Zezé “, porque é incômodo para o resto da vida.
Só dá para assobiar “índio quer apito” e olhe lá! E por que isso? Nem dá para dizer que fulano é “narigudo como o Juca Chaves” ou “é dos carecas que elas gostam mais”. A reação pode ser um tiro certeiro. Nós que sempre fomos um povo misturado de raças, cor, nacionalidades e religiões, estamos pisando de mansinho a cada passo que damos com receio de estarmos pecando contra nossos próprios irmãos.
A República instaurada no devido tempo entre nós não teve nenhuma culpa, muito menos trouxe tristeza ao povo e nem excluiu quem quer que seja. Foram interesses ideológicos e sorrateiros que trouxeram ódio entre “nós” e “eles”, “negros” e “brancos”, “ricos” e “pobres”. Nunca discutimos opção de gênero e nem somos homofóbicos, jamais discriminamos por querer uma pessoa da outra, porque cultivamos os mesmos sonhos de abocanhar as oportunidades que surgem na vida, disputando-nos mesmos palcos de igualdade, com vontade de vencer.
Foram pessoas de má índole que galgaram politicamente postos chaves da República que despertaram as diferenças sociais, esmagando o poder da família e ignorando o império da Lei. É o velho ditado: “quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”. E por isso continuam pregando absurdos e incentivando ódio. A solução está no voto, à única arma poderosa capaz de colocar um fim no mal que nos aflige.
E a República, com certeza, ficará agradecida. E que tal nas próximas eleições darmos este presente para ela? Não é difícil, basta não nos votar que estão aí há anos, fomentando discórdias e roubando o futuro de nossos filhos...
“Infelizmente no Brasil nós temos uma arremedo de República: um Executivo que não governa; um Legislativo que não tem representatividade do povo; e um Judiciário politizado. Mudança? Só pelo voto. Vamos mudar, gente!”
Edson Vidal Pinto