O Rodízio
Quem visita Curitiba quer conhecer o bairro gastronômico de Santa Felicidade com seus restaurantes tradicionais da melhor comida italiana que primam pela fartura, pois desde o momento em que o freguês chega e se acomoda ao redor de uma das centenas de mesas, os garçons não param um segundo de servir num rodízio frenético as especiarias que têm como prato principal o frango nas suas mais diversas formas, sabores e acompanhamentos.
É um bairro aprazível que se presta como um dos principais pontos de encontro das famílias nos finais de semana. E tudo graças ao rodízio de uma comida preparada de maneira artesanal e sem nenhuma sofisticação.
E por falar em rodízio lembrei sem querer querendo do nosso impagável STF, onde um grupo de pessoas tornam o país num verdadeiro globo da morte, tal qual aquela esfera de aço em picadeiro de circo onde três ou mais motociclistas arriscam suas vidas para dar um espetáculo maravilhosamente assustador. Sei que quando escrevo sobre a referida Corte de Justiça tenho colegas que viram o nariz e não aceitam que um magistrado possa criticar a própria Instituição.
Mas não me importo porque nunca fui corporativista e quando crítico objetivo depurar os erros e mostrar as rachaduras que existem no o teto de vidro daquele tribunal que sabidamente não detém a mínima credibilidade. Aliás, hoje em dia, o STF está na boca do povo para o que der e vier, sempre sujeito a chuvas e trovoadas.
E o que tem há ver o rodízio com o STF ? Vou mostrar que tudo, basta ler o que vem adiante. Vocês viram que o Gilmar, Lewandowski, Rosa, Carmem Lúcia e até o Toffoli não estão aparecendo mais na mídia ? Eles simplesmente se escafederam dos holofotes, câmeras de TV, páginas de jornais deixando para o Barroso, Fux, Fachin e Alexandre a missão de atucanar publicamente o Presidente Bolsonaro.
Eis aí um rodízio institucional. Estes últimos não apenas no país como viajam pelo mundo afora para denegrir o governo e polemizar com o inimigo número um, sem papas na língua e sem se importarem com a dignidade do cargo que ocupam. São juízes censores ou censores juízes. E o pior de que são discussões insossas e estéreis de ambos os lados, rançosas porque alguns assuntos foram simplesmente requentados.
Principalmente quando a urna eletrônica eleitoral serve de mote. Ora esse tema já saturou a paciência do povo brasileiro e seus repetidos abordes demonstram apenas que os envolvidos tem amor por polêmicas. Nada mais. E colocaram até as Forças Armadas neste imbróglio como se os seus integrantes estivessem acima de qualquer suspeita.
O militar é um civil com farda e como tal tem que cumprir o papel descrito na Constituição Federal e não se prestar como fiscal da Justiça Eleitoral. Salvo se for convocado por esta a título de colaboração. Fiscais são os Juízes Eleitorais, os Promotores Eleitorais, os delegados e fiscais de Partidos Políticos, e os eleitores que podem nas Secções Eleitorais exigir que conste das atas do trabalho a anotação de qualquer irregularidade ou crime que possa ter testemunhado para posteriores providências.
Esta a verdade nua e crua. Pois, bem, voltando ao rodízio. Sem medo de errar e depois das eleições os atuais integrantes do staff, escolhido para chatear o Presidente, vão sair de cena para ressurgir na imprensa como num passe de mágica o Gilmar, o Lewandowisk, a Carmen Lúcia, a Rosa e até o Toffoli para continuarem na nobre e prodigiosa missão de encher o saco do Presidente reeleito. Será a renovação do rodízio. Quem viver até lá verá isto acontecer.
Salvo, é claro, que o pior aconteça para o país e o Luiz Ignácio “tome” para si a eleição e retorne ao Poder. Daí vai ser engraçado : pois não dá nem para imaginar que o Nunes Marques e o André Mendonça possam fazer rodízio substancioso para perturbar o mais inocente e puro de todos os brasileiros vivos. Pois duas andorinhas sozinhas numa gaiola de tantos urubus, positivamente não se prestam para anunciar o bom, gostoso e sempre esperado verão …
“Rodízio, orquestração, fuleiragem ou seja o nome que se dê para peitar o governo federal e provocar declarações estapafúrdicas do Presidente, parece hoje em dia ser a tarefa mais eficiente da maioria dos inquilinos do STF. Porque segurança jurídica é coisa impensável e para eles fora de moda.”
Édson Vidal Pinto