O Século das Drogas
O título desta crônica parece dar um duplo sentido porque “droga” tanto pode classificar os atuais dirigentes dos países do mundo (inclusive o Brasil), como se referir às substâncias nefastas que causam dependência física e psíquica para escravizar os seres humanos. Quanto aos primeiros é uma triste realidade motivada pela decadência ética e moral dos indivíduos no contexto social , a falta de uma crença e o desrespeito pelo próximo. A honestidade deixou há muito de ser uma obrigação para se tornar referencia em currículo de vida. Dá a nítida impressão que a humanidade, apesar do modernismo sofisticado das ciências e das máquinas, resolveu voltar às origens das cavernas. E tudo isto é de fácil constatação pois basta olhar ao redor sem precisar aguçar as vistas além do próprio nariz. No entanto a droga que destaco como tema principal é a do narcotráfico, - procurando em rápidas linhas abordar um dos perigos mais visíveis para as futuras gerações. Nada, nada dá mais dinheiro fácil do que o tráfico de drogas e nada seduz mais os jovens de pobres de periferias do que ser cooptado pelos traficantes, para poder desfrutar de uma vida glamurosa recheada de poder. E o perigo ? Ora, o perigo faz parte do “negócio” sendo preferível arriscar a própria pele e a liberdade, do que viver trabalhando para ganhar um salário mínimo miserável. A ilusão de ser “alguém” no submundo por mais efêmero que seja tem suas vantagens e momentos de prazer. O valor da vida não é avaliado e nem entra em conta. E assim, em cada país, emerge um exército bem armado de bandidos dispostos a tudo, matar e morrer. E todos sob o comando dos chefões que ganham milhões e esbanjam dinheiro para manter seus “soldados” e “aliados”. É a Máfia com seus múltiplos tentáculos e nomes diferentes , implantando o terror contra as autoridades honestas dos países que ousam desafiar e se opor aos seus objetivos ; tudo para poderem ampliar seus domínios e dirigir as nações . Sim, isto mesmo, os traficantes contam com alianças políticas de candidatos que concorrem à cargos majoritários, financiando campanhas para, depois, também usufruir das benesses do poder. O Brasil não é exceção, basta conferir os acontecimentos de conhecimento publico, no relacionamento criminoso entre autoridades federais com os chefões do tráfico. Quem assistiu no último domingo à noite o jornalista Cabrini na sua reportagem transmitida pela TV Record trazendo as angústias das autoridades da Bélgica e da Holanda por enfrentarem os cartéis das drogas e colocando suas vidas em risco, pode avaliar que os traficantes querem comandar o futuro destes dois países. É claro que igual intenção pode ser aferida numa rápida análise com a maioria dos países que estão perdendo a guerra interna contra o tráfico. Nos EEUU o tráfico está comendo pelas beiradas grandes cidades como Los Angeles, São Francisco, Pensilvânia, Nova Iorque ao modificar a vida destas populações por serem obrigadas a conviver com drogados nas ruas e avenidas, com a complacência das autoridades policiais. Na Bolívia o candidato da direita foi assassinado pelos traficantes por lhes interessar o governo de esquerda. Este o rápido panorama desenhado para quem quiser enxergar. Daí, parece, que o século XX foi o tempo para duas grandes guerras mundiais, e neste século a batalha será travada contra o impérios do narcotráfico, com chefões e políticos de esquerda lutando de um lado da trincheira contra àqueles que resistirem ao assédio do dinheiro fácil e das miragens de drogas enganosas …
“Na medida em que tráfico mancomunado com autoridades públicas cresce e se fortalece, o Estado fica acuado. A Polícia fica impotente e o crime impera. Modo ardiloso que coloca a esquerda no poder ou o ditador mais sanguinário. Esta a realidade nua e crua.”