O Xis da Questão.
Ontem, 15 de março, quarta-feira.
Quando o governo francês anunciou a reforma da Previdência os sindicatos pararam a França! Foi greve em cima de greve, passeatas e confrontos nas ruas de Paris entre os manifestantes e a Polícia. Na Europa como são sabidos os sindicatos está nas mãos dos comunistas. E na França está o pior exemplo!
Evidente que falar em Previdência é mexer com barril de pólvora porque atinge os trabalhadores de uma Nação, altera substancialmente o modus vivendi dos cidadãos assalariados que esperam no ocaso da vida alcançar a merecida aposentadoria. Tentar alterar regra legal quase consuetudinária necessita de esclarecimentos e acima de tudo do convencimento de que o dinheiro arrecadado não é suficiente para suportar o peso dos beneficiados.
Difícil entre nós está em mostrar pela matemática o porquê da defasagem e os benefícios que foram indiscriminadamente concedidos para pessoas que nunca ou muito pouco contribuí, mas que pelo assistencialismo consta do rol dos dependentes.
O mais problemático entre nós é digerir que os autores da proposta revisora fazem parte de uma classe política apaniguada e privilegiada sendo toda ela partícipe do benefício que pretendem alterar e não se tocam que a arte da política não é profissão. Não podem merecer aposentadoria! Cargo político é meramente transitório e ponto final.
Mas se a reforma da Previdência é indispensável para salvar o sistema e não quebrar o país torna-se necessário antes de tudo expungir dentre os beneficiários àqueles que não poderiam estar nela abrigados como ex-governadores e suas viúvas, políticos, trabalhadores que nunca contribuíram e outros tantos aquinhoados por puro assistencialismo. Não é de estranhar que pelo andar da carruagem o governo de demagogos venha futuramente beneficiar os atuais recebedores de bolsa família e outras tantas bolsas que rodam por aí, abrigando-os dentro da Previdência.
E por coincidência ouvi há pouco uma "entrevista" do esquisito Senador Requião bradando que a Previdência não é deficitária e que a pretensão do Governo é retirar do povo os direitos conquistados.
Pode? Pela inconsequência e verborragia que lhe é peculiar: pode! Embora não seja um político de credibilidade ele convence muitos incautos e asseclas, deixando mais conturbado o ambiente e inculcando duvida no povo mais simples, que fica sem saber o que fazer. Pela maneira com que o Min. Meirelles encara a Previdência parece que o bolso da calça furou, o Brasil está no mato sem cachorro e o trabalhador vai pagar o pato! Sinceramente não existe nenhuma explicação razoável para minimamente deixar a nu o rombo da calça, digo do Erário.
Os economistas buscam na alquimia extrair as mirabolantes opiniões sobre o assunto, todas elas díspares e sem convencer. E o povo? Como saber a verdade? Estamos ou não num túnel sem saída? Se reformar a Previdência é ato extremo e desde que haja a devida prova para o convencimento, com certeza o povo assimilará a proposta e saberá se posicionar contra os sindicalistas, infelizmente pagos por imposição legal pelos sindicalizados, para promover arruaças públicas.
Contudo se não houver convencimento satisfatório a voz dos trabalhadores será ouvida nas trincheiras cívicas. Como saber? Quem está falando a verdade? Ninguém explica e quem fala só complica. Por enquanto perdura a duvida atroz: Previdência, ser ou não ser? Eis o xis da questão!