Onde Estão Nossos Heróis?
Eis uma pergunta que merece reflexão porquê em todos os países existem heróis para serem reverenciados, só no nosso que não. Não me refiro aos atos de bravura no front de uma guerra quando o soldado salva vidas ou pratica ato que nenhum outro ousaria e que as vezes morre em combate.
Nos países de primeiro mundo estes homens e mulheres são honrados e ficam com o nome perpetuado em algum monumento para a história. Mas me refiro àqueles outros heróis que também dão a vida para cumprir o dever como foram os heróicos bombeiros que morreram nos escombros das Torres Gêmeas em Nova Yorke e dos policias que matam ou são abatidos no enfrentamento com perigosos marginais.
Lá todos eles são reconhecidos, condecorados, enaltecidos, promovidos e a cidade inteira sai com bandeira nas ruas como forma de mostrar seu agradecimento.
No entanto em nosso dividido e inculto país os nosso heróis são olvidados e permanecem anônimos. Quantos profissionais da saúde faleceram quando tratavam pacientes infectados pelo vírus da COVID. Todos eles heróis de verdade porque tombaram combatendo o bom combate. Dias atrás em Curitiba dois Guardas Rodoviários quando tentavam deter um mendigo tresloucado que colocava em risco a vida de transeuntes, foram feridos mortalmente.
E o que aconteceu ? Nada. Foram enterrados para tristeza de seus familiares. Mas se fosse nos EEUU a corporação estaria acompanhando o cortejo fúnebre, os carros oficiais com as sirenes ligadas, os caixões cobertos com a Bandeira Nacional e as autoridades estariam presentes na cerimônia.
A família receberia todo o apoio do Poder Publico e ambos seriam promovidos de posto depois de mortos. A maior autoridade presente retiraria as bandeiras das urnas funerárias e entregaria às viúvas ou aos respectivos pais. Tudo ao som do clarim e com as formalidades respeitosas que os heróis merecem. No Brasil nada disso aconteceu.
Os jornais noticiaram o fato do assassinato dos dois policiais em algum rodapé de suas páginas preferindo destacar na primeira delas o casamento de um ladrão com uma oportunista qualquer ou criticar o Presidente por ter falado demais. E os que morreram são esquecidos.
Claro que em todas as demais áreas de atividade humana existem verdadeiros heróis por buscarem qualidade de vida, transformarem cidades e defenderem causas legítimas em prol dos excluídos. E não precisa de um microscópio e nem de uma luneta para enxergar entre nós os heróis, basta querer.
Não adianta homenagear e nem condecorar com comendas em atos pomposos no final de cada ano amigos, compadres ou políticos sem lustro, biografia e nem história pessoal. Estas condecorações devem ser reservadas aos nossos verdadeiros heróis e mais ninguém.
Gratidão por serviços prestados por alguém à uma entidade não pode se confundir com ato meritório prestado àqueles que defenderam uma boa causa. Está na hora de recuperar o tempo perdido e praticar atos de reconhecimento publico há quem merece.
O país precisa de heróis para incentivar o povo a respeitar a decência, o brio e a honestidade; deixando de cultuar falsos líderes e de acreditar em utopias …
“Os governantes tem que aprender a homenagear os heróis de verdade e deixar de entregar títulos e comendas para apadrinhados. Um estado ou um país que não tem heróis é porque suas autoridades não querem enxergar o sacrifício, brio e ato de destemor daqueles que servem a comunidade além dos deveres de cidadão.”
Édson Vidal Pinto