Ontem Brasília Chorou
Infelizmente a cidade de Brasília não merecia ter amanhecido ontem de luto, pois não tem culpa nenhuma dos moradores que tem e muito menos de ter sido escolhida para ser a Capital do Brasil. E tudo por culpa do presidente JK um mineiro que quis porque quis mudar a Capital do lugar em que sempre esteve - o Rio de Janeiro - para o Planalto Central. Ele tinha medo que numa guerra o inimigo pudesse conquistar a Capital por estar situada na beira do mar, sendo estratégico que ela fosse implantada nos cafundó do país. Portanto Brasília não precisaria ter chorado e nem amanhecido tão patética.
Você com certeza deve estar curioso para saber o porquê de uma cidade tão bela ter entristecido sem merecer, pois vou logo contar para não enfartar ninguém. Lembra que dias atrás escrevi que todo o dia é dia de festejar uma data histórica, alguém, uma coisa, uma profissão, uma raça, um Santo, o nascimento de um personagem ou um motivo qualquer para festejar ? Pois bem, ontem foi o “ dia da honestidade “, isto mesmo, o dia da honestidade. Portanto você concorda que a cidade de Brasília ficou de luto e chorou pela pessoas e “autoridades” que habitam seus apartamentos, casas e hotéis ? Claro que sim não é mesmo, porque com tantos políticos, inquilinos do STF e pessoas públicas que pululam por lá sem atestado de idoneidade moral e pudor cívico o “dia da honestidade” foi motivo de tristeza. Aliás, pensando bem, qual teria sido o sentido lógico para alguém instituir um dia como outro qualquer como o dia da honestidade.
Desde quando ser honesto passou a ser atributo para alguém pois referida postura tem o cunho de obrigação moral dos cidadãos, portanto, jamais deveria ter uma data própria para ser comemorada. Creio que algum político quis dar maior elasticidade e teve a iniciativa legislativa de propor o óbvio para fazer constar em seu currículo de vida . Só pode ser porque a honestidade compõe a conduta das pessoas de bem. Embora na atual conjuntura da vida pública nacional se fosse possível dar uma peneirada nos ocupantes de cargos em comissão, autoridades e políticos com certeza a maioria deles cairia pelos diminutos espaços de seus buracos. O país sofre de uma crise moral pela má escolha dos indivíduos que nos representam para legislar, administrar e julgar. Claro que existem exceções pois generalizar seria ofensivo àqueles que zelam pelo bom nome e cuidam muito bem do cumprimento de suas atribuições.
Mas, infelizmente, tem um bando de sacanas, aproveitadores, vira-casacas e despreparados que pululam nas esferas dos Poderes, Instituições e Empresas Públicas. A tendência do eleito, escolhido para compor equipe de governo ou indicado para cargo vitalício passa ao largo da honestidade, pois a sanha de querer se aproveitar da regalia pública ou alcançar a independência financeira no mais curto espaço de tempo parece estar escrito na testa destes ungidos. E como a triagem que poderia ser feita por quem de direito ou pelo Poder Judiciário perdeu a força, porque a Operação Lava Jato foi extirpada por interesses escusos, tem propiciado que os desonestos prossigam incólumes. Pensando bem, ontem deveria ser o “dia dos desonestos” pois estes sim teriam um milhão de motivos para comemorar o “seu” dia. Daí, com certeza, seria feriado nacional e Brasília não passaria pela vergonha que passou …
“Parece coisa de outro planeta que alguém comemore o “dia da honestidade” como se esta pudesse ser motivo de destaque no currículo de vida de um cidadão de bem. Ser honesto é obrigação e portante não merece citação. A referência há data com certeza foi proposta por um legislador debochado.”
Édson Vidal Pinto
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