Opiniões Irrelevantes
A ida do ministro Sérgio Moro no Senado Federal para falar acerca dos telefonemas clonados entre ele e Procurador Dallagnol, foi um espetáculo deplorável. Os parlamentares discutiram mais sobre a legalidade da Operação Lava Jato do que os telefonemas em si, restando como conclusão final o purgatório das almas. Tudo tenebroso, desencontrado e misterioso.
E o Ministro teve que suportar no banco dos réus longos horas de mesmices e jactâncias de uns e outros que sonham na virada de mesa para absolver um ladrão e condenar os mocinhos do filme. Na atual conjuntura do parlamento brasileiro estar Ministro de Estado exige estômago forte, paciência de Jó e sangue de barata.
Pois não falta apedrejamento moral com insinuações despropositadas e acusações levianas. Equilibrado e dosando bem as palavras o Dr. Moro saiu do Senado como entrou, sem perder a compostura.
E o exagero dos oposicionistas atingiu o seu ápice, quando um deles pediu ao Ministro que renunciasse o cargo a fim de permitir que não houvesse interferência governamental até que a polícia esclarecesse a veracidade ou não dos fatos.
Pedido patético e insosso, pois ninguém de sã consciência poderia acreditar que o interpelado pudesse se curvar ante argumentação tão pífia, para ficar desempregado no olho da rua. Inegável que com um único palito de fósforo os adversários do governo conseguiram, alimentados pela combustão da pior imprensa, erigir um fogaréu que não queima, mas que cheira podre.
E o circo vai durar ainda por algum tempo por que é mais difícil desfazer uma mentira do que negar a verdade. E neste momento de impasse alguns dos impagáveis Ministros do STF como era esperado, não deixou de emitir suas irrelevantes opiniões.
O Fachin defendeu a manutenção da Lava Jato como se esta dependesse de seu ponto de vista para continuar cassando corruptos; ora, a Operação em comento reflete a vontade do povo e este saberá defendê-la até às últimas consequências.
O Gilmar em uma declaração a revista “Epoca” delirou ao referir que não admite um Estado policialesco e que o Moro era o chefe da Lava Lava e o Dallagnol seu bobinho. Expressão chula, grotesca e vingativa, bem própria de quem não tem estofo e nem classe de Julgador.
No último dia 14, em um evento em Salvador, o Lewandoski do alto de sua imparcialidade lembrou-se do Código de Ética da Magistratura ao referir do prudente relacionamento entre os Juízes com as partes, devendo aqueles buscar nas provas a verdade dos fatos e evitar todo o tipo de comportamento que possa refletir favoritismo, predisposição e preconceito.
E pensar que o nominado ministro no processo de Impeachment da Dilma publicamente permitiu que a mesma permanecesse no exercício de seus direitos políticos.
E no resumo da ópera é certo que o episódio do telefonema clonado servirá de prato cheio para o STF poder reapreciar a validade ou não da prisão de réu condenado em segundo grau de jurisdição, antes do trânsito em julgado da decisão condenatória.
Enfim toda a trama urdida pelas cabeças de notórios malfeitores foi colocada a nu, na tentativa de colocar dúvidas nas robustas provas que condenaram o Lula e um séquito de seus seguidores.
Não é crível olvidar que nos autos de cada processo também existem provas documentais e estas não são passíveis de manipulação e nem de interpretação dúbia, não podendo ser criadas como resultado de telefonemas e nem ao talante da imaginação de quem quer que seja...
“Em cada fato escandaloso e de propósito escuso trazido à tona pela Imprensa, não faltam opiniões irrelevantes de homens públicos traídos pelo fanatismo ideológico, e de Juízes que desconhecem o Código de Ética da Magistratura. Prova inconteste da crise moral que assola o Brasil!”
Edson Vidal Pinto