Orozimbo, O Crítico!
Ontem, 18 de julho de 2.017, terça feira.
Em toda a roda de amigos tem sempre um que é o mais chato de todos porque ou é do contra ou é muito crítico. E aquele que é estraga prazer está em toda a parte. Quando todos se divertem cantando samba ao som de um violão bem ritmado, ele não perde tempo para pedir uma música caipira.
E numa festa enquanto todos bebem cerveja ele solicita do dono da casa uma dose de uísque. Alguém conta uma piada e o chato é o único que não ri e nem esboça o mínimo gesto de que tenha gostado. Você compra um automóvel usado, que pagou o olho da cara, e ele logo aparece para comentar os defeitos do veículo: um amassadinho na lataria, não gosta do número da placa, vê um furinho quase invisível no banco do passageiro, uma gota de óleo que pingou do motor ou um pneu muito rodado.
Eu tenho um amigo que é assim: o Orizimbo! Ele é um crítico voraz e um chato de galocha! Claro que não se compara com a Gleisi e nem com o Requião, pois estes são inigualáveis!!Meu amigo era daqueles que em uma conferência de alguém muito famoso sentava na primeira fila e quando o palestrante olhava em sua direção, ele simplesmente balançava a cabeça para os lados dando sinal que não estava aprovando. Deveria sentir satisfação no próprio ego.
Ele é professor de História em uma escola pública e não perdia a mania:
- Pedro Alvarez Cabral foi um burro!
- Burro? Como assim, professor?
- Ele deveria ter descoberto Cuba que seria hoje o país que o Brasil é, cheio de petistas lutando para implantar a democracia na ilha!
Este o Orizimbo, atleticano roxo! Pois não há de ver que eu o encontrei dentro de um ônibus lotado da linha Centro/Pinheirinho, no pico das 18 horas, resmungando com uma moça que não lhe deu um lugar no assento, sentando rapidamente sem levar em conta seus cabelos brancos.
- Menina besta, você também vai envelhecer um dia!
Ela nem deu as mínimas e olhou para fora da janela. Foi daí que ele me viu:
- Amigo tudo está dominado! A educação está perdida!
Pela primeira vez concordei com a crítica do Orozimbo, pois ele estava absolutamente certo!
- Calma, meu amigo! E daí, tudo bem com você?
Estou arrependido até agora de ter feito esta pergunta:
- Bem? Por quê? Por estar num ônibus apertado, com pessoas grossas, vivendo de salário de professor, num país desgovernado e cheio de políticos ladrões?
Tentei olhar para os lados para disfarçar, mas ele continuou:
- No final de semana teve um casamento que serviram lagosta e vinho francês! Pois é, vou chegar em casa e comer arroz com sardinha em lata com um copo de groselha! E você ainda me pergunta se está tudo bem?
E a resposta não terminou por aí, não:
- Tudo bem? O Lula está solto, o Dirceu está Solto, o Aécio está solto, todos os bandidos estão soltos, os políticos estão mamando mais do que nunca, o STF está uma zorra, o TSE acabou, o Temer está invisível, o Osmar quer ser candidato, a violência está em toda a parte, o Gréca perdeu a graça, o Exército está amorfo, a Dilma milionária, a inflação pela hora da morte, a comida a preço de ouro e você pergunta se está tudo bem?
Todos os passageiros me olhavam e eu não tinha para onde olhar. E o Orozimbo sem se fazer de rogado ainda arrematou:
- Tudo bem? Minha irmã operada no Hospital do Trabalhador, passando mal, meu cunhado sem emprego, meus sobrinhos desamparados...•.
Foi neste momento que dei um jeitinho de me esconder entre as pessoas que estavam em pé, fui me afastando sem ser notado, e quando o ônibus parou em uma estação tubo desci de fininho e quando me dei por mim, estava tomando um copo de água dentro de um bar no Boqueirão. Estava sem eira e nem beira.
Mas felizmente longe do Orozimbo! Fiquei sem rumo. Nem sei dizer o que eu ia fazer lá no Pinheirinho. Esperei um pouco, tomei fôlego e resolvi voltar para casa. Chamei um Uber. Embarquei no carro e o motorista para ser gentil me perguntou:
- Tudo bem com o senhor?
Aí chegou a minha vez:
- Tudo bem por quê?
Para encurtar um pouco esta crônica, quero apenas registrar que estou escrevendo a mesma no meu celular, dentro do mesmo bar em que eu tomei um copo de água, enquanto o outro Uber não chega para me levar para casa. Só meu olho esquerdo está um pouco dolorido e inchado pelo soco
"Há uma diferença entre ser crítico e cretino: o crítico peca por ser cretino, e o cretino peca por ser crítico! É como ser Lulista e petista: Lulista não quer enxergar os crimes do líder, petista enxerga, mas diz que não foi crime!"
Edson Vidal Pinto
Ontem, 18 de julho de 2.017, terça feira.
Em toda a roda de amigos tem sempre um que é o mais chato de todos porque ou é do contra ou é muito crítico. E aquele que é estraga prazer está em toda a parte. Quando todos se divertem cantando samba ao som de um violão bem ritmado, ele não perde tempo para pedir uma música caipira.
E numa festa enquanto todos bebem cerveja ele solicita do dono da casa uma dose de uísque. Alguém conta uma piada e o chato é o único que não ri e nem esboça o mínimo gesto de que tenha gostado. Você compra um automóvel usado, que pagou o olho da cara, e ele logo aparece para comentar os defeitos do veículo: um amassadinho na lataria, não gosta do número da placa, vê um furinho quase invisível no banco do passageiro, uma gota de óleo que pingou do motor ou um pneu muito rodado.
Eu tenho um amigo que é assim: o Orizimbo! Ele é um crítico voraz e um chato de galocha! Claro que não se compara com a Gleisi e nem com o Requião, pois estes são inigualáveis!!Meu amigo era daqueles que em uma conferência de alguém muito famoso sentava na primeira fila e quando o palestrante olhava em sua direção, ele simplesmente balançava a cabeça para os lados dando sinal que não estava aprovando. Deveria sentir satisfação no próprio ego.
Ele é professor de História em uma escola pública e não perdia a mania:
- Pedro Alvarez Cabral foi um burro!
- Burro? Como assim, professor?
- Ele deveria ter descoberto Cuba que seria hoje o país que o Brasil é, cheio de petistas lutando para implantar a democracia na ilha!
Este o Orizimbo, atleticano roxo! Pois não há de ver que eu o encontrei dentro de um ônibus lotado da linha Centro/Pinheirinho, no pico das 18 horas, resmungando com uma moça que não lhe deu um lugar no assento, sentando rapidamente sem levar em conta seus cabelos brancos.
- Menina besta, você também vai envelhecer um dia!
Ela nem deu as mínimas e olhou para fora da janela. Foi daí que ele me viu:
- Amigo tudo está dominado! A educação está perdida!
Pela primeira vez concordei com a crítica do Orozimbo, pois ele estava absolutamente certo!
- Calma, meu amigo! E daí, tudo bem com você?
Estou arrependido até agora de ter feito esta pergunta:
- Bem? Por quê? Por estar num ônibus apertado, com pessoas grossas, vivendo de salário de professor, num país desgovernado e cheio de políticos ladrões?
Tentei olhar para os lados para disfarçar, mas ele continuou:
- No final de semana teve um casamento que serviram lagosta e vinho francês! Pois é, vou chegar em casa e comer arroz com sardinha em lata com um copo de groselha! E você ainda me pergunta se está tudo bem?
E a resposta não terminou por aí, não:
- Tudo bem? O Lula está solto, o Dirceu está Solto, o Aécio está solto, todos os bandidos estão soltos, os políticos estão mamando mais do que nunca, o STF está uma zorra, o TSE acabou, o Temer está invisível, o Osmar quer ser candidato, a violência está em toda a parte, o Gréca perdeu a graça, o Exército está amorfo, a Dilma milionária, a inflação pela hora da morte, a comida a preço de ouro e você pergunta se está tudo bem?
Todos os passageiros me olhavam e eu não tinha para onde olhar. E o Orozimbo sem se fazer de rogado ainda arrematou:
- Tudo bem? Minha irmã operada no Hospital do Trabalhador, passando mal, meu cunhado sem emprego, meus sobrinhos desamparados...·.
Foi neste momento que dei um jeitinho de me esconder entre as pessoas que estavam em pé, fui me afastando sem ser notado, e quando o ônibus parou em uma estação tubo desci de fininho e quando me dei por mim, estava tomando um copo de água dentro de um bar no Boqueirão. Estava sem eira e nem beira.
Mas felizmente longe do Orozimbo! Fiquei sem rumo. Nem sei dizer o que eu ia fazer lá no Pinheirinho. Esperei um pouco, tomei fôlego e resolvi voltar para casa. Chamei um Uber. Embarquei no carro e o motorista para ser gentil me perguntou:
- Tudo bem com o senhor?
Aí chegou a minha vez:
- Tudo bem por quê?
Para encurtar um pouco esta crônica, quero apenas registrar que estou escrevendo a mesma no meu celular, dentro do mesmo bar em que eu tomei um copo de água, enquanto o outro Uber não chega para me levar para casa. Só meu olho esquerdo está um pouco dolorido e inchado pelo soco
"Há uma diferença entre ser crítico e cretino: o crítico peca por ser cretino, e o cretino peca por ser crítico! É como ser Lulista e petista: Lulista não quer enxergar os crimes do líder, petista enxerga, mas diz que não foi crime!"
Edson Vidal Pinto