Os Filhos Nossos de Cada Dia.
Sábado, 30 de setembro de 2.017.
Sei que não deve ser nada fácil educar as crianças de hoje em dia. A luta pela subsistência da família exigiu da mulher que trabalhasse longe do lar, a fim de contribuir economicamente para as necessidades básicas e fragilizou os cuidados com os filhos. Estes desde quando nascem são criados em creches e escolas, encontrando apenas os pais, já cansados da faina diária, no anoitecer de cada dia.
E neste curto espaço de tempo as atenções aos filhos são redobradas, tudo é permitido para compensar o longo período de ausência. Evidente que existem exceções. É claro que os tempos são outros, a mulher conseguiu ocupar seu espaço em todos os setores de atividade, galgando as universidades e se ombreando com os homens em todas as profissões. Inteligentes, criativas, e profissionalmente competentes as mulheres alcançaram suas independências econômicas e caminham com as próprias pernas.
Mas jamais olvidaram do instinto materno para agasalhar e proteger a prole. A maternidade continua sendo a realização pessoal e emocional. Só que luta diários, os desencontros entre os casais, as preocupações e obrigações se multiplicaram de tal maneira que a mulher leva uma carga pesada de múltiplas tarefas sobre os ombros, descuidando-se um pouco da formação dos filhos. E o marido contribui muito para isto quando, por comodismo, não quer intervir.
E os filhos crescem podendo fazer tudo, sem freio inibitório, dispostos a viver num mundo de total liberdade pouco importando o lugar em que estejam. Fala o que querem, tem atitudes impróprias, resmungam, brigam e gritam com a mãe e com pai, como se fossem donos do mundo. As crianças aterrorizam os estranhos. Não é exagero algum retratar o cotidiano das famílias modernas com suas crianças “levadas”, que não respeitam os mais velhos e nem tem limites para as suas ações. Como visitas são verdadeiros furacões e tormentos dos demais familiares e amigos do casal.
É triste imaginar como será daqui vinte ou trinta anos quando esta geração terá que buscar seu lugar ao sol, para poder se manter, constituir sua própria família e educar seus filhos. Será que vai dar certo ou não? Como será o trato pessoal entre seus iguais? Não dá para imaginar como estará a instituição familiar dentro deste contexto, com a libertinagem dos costumes cada segundo que passa mais abrangente, tolerante, e absurdamente mais aceita pela sociedade humana.
Parece que a família se decompõe do modelo tradicional para se constituir apenas num teto, que serve de abrigo, mas que não tem regras próprias, cada membro vive a sua própria sorte e modo de vida. Parece que o ciclo da atual civilização começa a declinar depois de ter chegado ao ápice, fenômeno natural contado pela própria História da Humanidade. Com certeza uma nova ordem social surgirá diferente da atual ou não, só quem nela viver poderá comparar. Quem viver verá!
“Criar filhos educados na atual quadra de turbulências, crises e desencontros, parece obra do acaso. A libertinagem e licenciosidade colocam em xeque a família tradicional. A atual civilização caminha para o fim?”
Edson Vidal Pinto