Os Radares de Curitiba
O simpático e milionário velhinho da Havan que é de Santa Catarina disse que nunca foi multado tanto na sua vida do que dirigindo veículo nas ruas de Curitiba, afirmou que na próxima vez chegará de helicóptero para visitar suas lojas.
Parece mas não é exagero nenhum a afirmação feita porque tem radares que multam por excesso de velocidade em todos os lugares, proporcionando à Prefeitura Municipal uma arrecadação de milhões de reais por ano.
E a birra maior é o limite de velocidade nos diversos trechos do perímetro urbano pois tem áreas que estipula 80, outras 70, 60, 50, 40, 30 e até 20 Km/h, o que dificulta os motoristas porque num segundo de distração acaba sendo multado.
Ademais a potência dos veículos automotores torna problemático dirigir em velocidade tão reduzida. E as multas são altas e castigam o bolso dos motoristas. Têm opiniões para ambos lados : os que desaprovam por se tratar de uma armadilha arrecadadora do Poder Público; e os que acham certo porque reduziu o número de acidentes graves na cidade.
Depois de refletir a respeito me filio a segunda corrente . Por quê? Principalmente nas vias urbanas onde é grande o tráfego de veículos e de pedestres os motoristas deveriam ter o bom senso de compatibilizar a velocidade da sua condução a fim de evitar a previsibilidade de um acidente, ademais, correr para recuperar o tempo pelo atraso é uma verdadeira roleta russa.
A bem da verdade o veículo automotor não deixa de ser uma arma em potencial porque o excesso de velocidade gera imprudência; e a falta de atenção a negligência, causas corriqueiras de acidentes com abalroamentos, lesões corporais e mortes.
Então porquê não dirigir com cautela e dentro de parâmetros que permitam aos motoristas zelar pelo seus próprios patrimônios e pela saúde e integridade física dos outros ? Quem já perdeu parentes em acidente de trânsito sabe muito bem avaliar este comentário porque não existe dor maior do que a dor da perda humana.
Hoje em dia as cidades mais evoluídas têm gravadores de imagens espalhados por toda a cidade que servem para a segurança pública e ajuda a polícia judiciária a identificar autores de crimes e tirar das ruas marginais de periculosidade.
E ninguém se queixa da perda de privacidade pelas imagens geradas sem prévia autorização. Então por quê os radares fiscalizadores de velocidade dos veículos para evitar acidentes graves sofre tantas críticas e censuras ? Eles também se prestam para atender a segurança de todos nós.
Só é pena que referida tecnologia não permita aferir os motoristas alcoolizados que são verdadeiros assassinos do volante, pois tendo consciência do perigo que possam ocasionar à terceiros agem dolorosamente (dolo eventual) e deveriam perder em definitivo suas carteiras de habilitação alem de serem obrigados a pagar pena pecuniária altíssima. Sed lex dura lex.
Com o crescimento demográfico do mundo cabe às autoridades públicas usar de todos os meios lícitos para evitar tragédias. E maior exemplo disto está ocorrendo nas rodovias que pela falta de fiscalização das autoridades competentes e ausência de redutores eletrônicos tem registrado acidentes de proporções envolvendo todos os tipos de veículos e ocasionado prejuízos materiais, mutilações e mortes.
Segundo estatística veiculada ontem no noticiário da TVRecord News, ocorre no país uma média de vinte mortes no trânsito a cada hora. E vida perdida não tem volta. Enquanto não existir outro meio mais eficaz para impedir a loucura no trânsito, pelo menos nas ruas das cidades parece plenamente válida as implantações dos radares em comento.
Pois os humanos estão perdendo o respeito pelas leis e ignoram as regras elementares de conduta, únicas capazes de tornar possível viver numa sociedade mais civilizada…
“Claro que ninguém gosta de ser multado no tráfego por dirigir em velocidade acima do limite permitido; e muito menos pagar a multa. Mas é o ônus de todo infrator. E o único meio da autoridade pública reprimir os excessos dos motoristas inconsequentes.”
Édson Vidal Pinto