Palavrão é Pouco para o Debate de Quinta.
Sinceramente? Escrever sem dosar a pílula? Dizer na bucha? Está bem, vamos tentar. Afinal, hoje é sábado, dia de aproveitar o tempo também com bobagens. E por ser bobagem falo do debate dos candidatos ao governo do Paraná. Nunca vi tantas almas penadas, juntas.
O sobrinho do Requião tentava provocar a Cida e o Ratinho, aventando escândalos do governo Beto Richa, sem que um deles, ao menos por respeito ao ex-chefe, esboçasse minimizar as imputações dos fatos delituosos. E ninguém se aproveitou do telhado de vidro do jovem deputado federal. Fizeram de conta que ele nem tem carteira de motorista.
Um professor, também candidato, um ilustre desconhecido, espumava pelas ventas toda a ideologia que foi capaz de assimilar na doutrina Marxista, espargindo argumentos pífios. O Ratinho, bem articulado, era o que demonstrava melhor conhecimento sobre as questões do Paraná. Bem orientado, não entrou em divididas. O Gê apresentou-se como um cavalheiro, tipo, algodão entre cristais. Nada acrescentou.
O Rosinha foi metafórico, com pouco poder de argumentação, rangia os dentes quando falava no Beto e no Bolsonaro. Seu mote de campanha está adstrito na batalha campal entre a PM e os professores, sabidamente, ocasionado pelo despreparo do então Secretário de Segurança Pública.
E a Cida? Uma Cinderela fora da caixinha. Quando atacava o governo Richa ela simplesmente respondia que não participou diretamente de nada, nunca foi ouvida e nem participou da escolha do secretariado. Era uma alienada dentro do seu próprio governo. Sim, pois era a vice-governadora, portanto, no mínimo coautora da administração Estadual. Ou não? Se não, para quê serve a eleição de um vice? Assistir os candidatos, um perguntando para o outro, seu escolhido, foi pura perda de tempo.
O debate não acrescentou nada, todos prometeram colorir com ouro e purpurinas suas gestões, se forem eleitos para o cargo. Ninguém falou de onde vão achar tanto dinheiro, tomara que não seja aumentando os tributos e nem deixando de reajustar os salários dos funcionários públicos. Prática odiosa e injusta. Em coro, recitaram loas às famigeradas Universidades Estaduais, maiores sorvedouros do dinheiro público, que só servem para comprometer o ensino fundamental, posto que ensino universitário seja dever da União, não dos estados.
E, também, à Copel, Companhia paranaense que já cumpriu muito bem seu papel, mas que hoje, bem poderia ser privatizada. Não fará falta alguma para o estado, há não ser como cabides de bons empregos comissionados.
Enfim, foi um debate insosso e sem brilho. A Band bem poderia ter, no mesmo horário, retransmitida o debate dos candidatos ao governo do Rio de Janeiro, com Romário, Garotinho e outras figuras folclóricas do cenário político, pois com certeza daria para dar ótimas gargalhadas pelas qualificações e preparos dos seus postulantes. Por aqui, o debate parecia mais um parlatório de Penitenciária...
“Debate só é bom quando tem apenas dois candidatos. Quando tem muita gente sempre existe prévio conchavo e agrados entre uns e outros. Com apenas dois, o embate é diferente, pois no final só um deles ficará em pé!”
Edson Vidal Pinto