Panfletagem nas Catacumbas
Os cristão na velha Roma eram perseguidos e não conseguiam professar o Cristianismo e nem absorver os ensinamentos de Jesus porque suas reuniões eram impedidas com violência pela guarda do imperador. Usando da criatividade eles construíram sob a terra imensos túneis denominados catacumbas onde puderam ludibriar a vigilância dos soldados e desta maneira proceder reuniões e disseminar a fé. Lembrei desse episódio histórico porque acordei com o Luiz Ignácio na minha cabeça, tudo porquê recebi um convite para participar de seu casamento com a dona Janja.
O ato solene será tão sigiloso que no convite veio a figura do “Qr. Code” para ser decifrado apenas pelos convidados e mais ninguém para evitar protestos, ovos e palavrões. Providenciei meu fraque com cartola que aluguei na “Alfaiataria Jockey” e minha mulher comprou um traje completo no “Brechó de Roupas Elegantes” localizado no bairro Batel, porque não queremos fazer feio na recepção que estremecerá a alta sociedade paulistana. Escrevo do apartamento presidencial do “Hotel Ca’d’Oro” o mais luxuoso de São Paulo enquanto faço horas para me dirigir à tão esperada cerimônia.
Mas a todo instante leio e releio o convite para não perder o horário e ao mesmo tempo fico pensando como o Luiz Ignácio lembrou de meu nome para me convidar se não temos nada em comum, a não ser as referências sempre carinhosas e elogiosas que faço à sua pessoa quando escrevo minhas crônicas. Será por isso que ele me convidou? Só pode. Eu nunca destratei o Luiz Ignácio, nem joguei ovos e muito menos lhe chamei de ladrão. Ou será que o convite foi um engano de sua assessoria ? Dúvida atroz. Será que o Requião foi convidado ? O convite que eu recebi não seria para ele ? Tomara que sim, ele deve estar morrendo de inveja.
Putz lembrar do Requião nesta hora, ninguém merece. Vou pensar na recepção. Será que vou encontrar o Gil, Luiz Edison, Renan, Benedita, Al Capone, Dilma, Alckmin, Vanhoni, Ratinho, Beira Mar, Dirceu, Pablo Vittar, Dilma, Lulu Santos e uma turma de enrustidos que juram de pés juntos que não são eleitores do PT ? Acho que sim, vou levar uma caderneta para anotar os nomes dos convidados para depois entregar de “bandeja” à revista “Bundas”. Acho que sou um traíra de carteirinha mas a culpa não é minha e sim de quem me convidou. E o cardápio ?
Com certeza para um noivo pobretão e uma noiva funcionária pública o menu deverá ser simples: lagosta, ovas de esturjão, cascatas de camarão, presunto de Parma, lascas de trufas brancas e negras, jerimum, carne seca e torresmo. Bebidas só cachaça, gasosa Tubaína e cerveja Skol. Sobremesas: sagú, pavê, manjar de laranja e figo em caldas. Charuto cubano a vontade. Tudo para satisfazer o gosto de todos os convidados do país e do exterior. Será uma festa de arromba.
Tudo muito simples e sem maiores gastos para os nubentes porque toda despesa será paga por uma conhecida empreiteira e pelo doleiro Yussef. E a lua de mel ? Segundo boatos que corre pela cidade de São Bernardo do Campo o casal de pombinhos viajará para o “Paraíso Perdido” cuja localização só o autor do livro - John Milton - é que sabe.
Segredo absoluto para evitar a velha ladainha: protestos, ovos e palavrões. Indicado pelo Francisco o frei Boff é que celebrará as bodas. Tudo no rito ateu e aceito pela CNBB. Quando cumprimentar o noivo quero sugerir no seu ouvido que ele doravante faça campanha nas catacumbas que poderá ser escavadas pelo MST para nenhum eleitor encher o seu saco.
Ah, esqueci de registrar um outro boato “daqueles” dando conta que a daminha de honra será a Gleisi e seu pupilo da UNE. Repito : a festa será de arromba. E você não foi convidado ? Que peninha, mas fique conformado porque o Bolsonaro também não foi …
“Quando você é convidado para uma festa é porque o anfitrião lhe conhece bem e sabe que seu presente é sempre de muito bom gosto. Tudo no estilo do Luiz Ignácio - O filho do Brasil. Pois até agora não sei porque ele me convidou para o casamento. Acho que foi por engano. Por isso comprei de presente para os noivos um par de pinicos. Mas esmaltado e pintado de flores do lado de fora.”
Edson Vidal Pinto