Paraná Um Estado Rico às Custas de Funcionários Pobres
Para um governador nababo pela sorte de ter um pai que de uma hora para outra tropeçou sem querer em uma galinha de ovos de ouro, decidir suspender a reposição salarial dos funcionários públicos não exigiu reflexão e esforço. Bastou assinar o ato governamental respectivo e mandar publicar. O fundamento que justifica a “sentença irrecorrível” está fulcrada basicamente nos reflexos econômicos da pandemia da COVID-19. Perfeito sob o ponto de vista de qualquer apadrinhado que esteja mamando no governo em um cargo em comissão distribuído pelo Chefe.
Mas não para o funcionalismo público de carreira. Por quê? Porque qualquer cego enxerga que a inflação tem dilapidado diariamente o pouco dinheiro que flutua no bolso do povo, pois o custo de vida tem aumentado e os gêneros alimentícios estão pela “hora da morte”. Basta percorrer um supermercado ou uma padaria para constatar o alto custo das mercadorias.
Só que as pessoas têm que comer para viver. E não fosse a dita cuja inflação vale lembrar que bem antes de criarem o vírus chinês o governo brasileiro já decidira concretar obstáculos para recompor o salário dos servidores públicos, com argumento de que dirigentes anteriores haviam corroído o Erário Público de tal forma que seria impossível conceder qualquer percentual de reajuste. Estou escrevendo reajuste e não aumento de salário pois este foi banido há muitos governos.
Especificamente no nosso estado o então governador Richa por estratégia ou equivoco conseguiu equilibrar as contas antes do “aventado”cataclisma econômico da pandemia, deixando para seu sucessor uma situação financeira comoda para pagar pessoal, custeio e pequenas despesas . Obras até agora são poucas e todas elas só com ajuda financeira do Governo Federal.
Só que o Ratinho quando assumiu o gerenciamento público do estado ao invés de azeitar a máquina pública captando melhores recursos e cortando gastos supérfluos a fim de engordar o caixa do governo, se descurou de sua obrigação de gestor deixando inalterada a situação que encontrara pois nunca teve intenção de gastar mais do gasta com o funcionalismo público. E mais: como os sindicatos perderam fôlego e espaço para compelir o governante há dar um “jeito no corpo” até aqui o governador navegou no remanso de águas cristalinas de um lago, decorada pelo bater de asas de lindos cisnes branco.
O governador não passa de um acomodado e feliz inquilino do Palácio Iguaçu que no primeiro ano de mandato conseguiu costurar politicamente a sua reeleição, apaniguando velhos caciques da rançosa política tupiniquim e admitindo para compor sua assessoria amigos de sua cozinha (e não técnicos) e outros indicados pelo genitor para se refestelar em berço esplêndido. E o funcionário público que se “vire” para poder viver com um mínimo de dignidade. E até quando? Pelo andar da carruagem o governante espera consolidar essa estratégia de arroxo salarial sem nenhum pudor, pois cada novo dia surge motivo para abalar o Orçamento Público como foi a corrupção, hoje é a pandemia e amanhã com certeza será outra causa a ser inventada.
O emprego no Ofício Público está ficando difícil porque o governante não prestigia seus funcionários, não repõe nos Quadros os técnicos que se aposentam, não adota uma política de Recursos Humanos e não possibilita a indispensável progressão nas Carreira como forma de incentivar o amor pelo trabalho público. No caso em comento o Governador Ratinho parece esquecer que a alma do Estado são seus funcionários pois só eles dão a devida parcela de credibilidade e respeito ao serviço público. E não é sufocando economicamente o servidor público que o Governador será julgado pela História, porque está não se apieda dos tiranos ...
“Quantos anos sem reposição salarial? Aumento nem se fale. O funcionário público é o lídimo representante do Serviço Público e o único capaz de desenvolver as indispensáveis Políticas Públicas. Nenhum assalariado vive apenas do ar que respira, precisa de recursos para comer, manter a família, viajar e ter o direito de usufruir da vida com dignidade. Nenhum governante pode obstar esse sonho!”
Edson Vidal Pinto
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