Pobre Comércio Pobre
É claro que a suspensão do carnaval atendeu as prioridades do momento, pois haveria aglomerações nas ruas e o vírus se alastraria causando muito mais sofrimento, dor e medo.
Quase todas as medidas proibidas pelas autoridades públicas são dignas de aplausos, salvo alguns exageros como foi o fechamento do comércio. Claro que não pretendo discutir sobre o que é mais importante nesta hora : se é a saúde ou o trabalho. Mesmo respeitando opiniões contrárias acho que a economia não pode ser descurada e deve merecer juntamente com a saúde os mesmos cuidados e prudência. O governador Doria que politizou junto com a Rede Globo a pandemia em curso exagerou a dose quando meses atrás lacrou a porta do comércio sem pensar nas consequências danosas aos empresários e empregados. É o velho ditado “nem tanto o céu, nem tanto a terra.” E as perdas do comércio foram desastrosas. Não deve estar nada fácil para o empresário equilibrar sua balança financeira pela perda considerável da receita, ter a necessidade de manter o emprego de seus auxiliares e pagar os alto custos dos encargos sociais.
E por quê escrever sobre isto ? Porque estou na praia de Guaratuba que no período de carnaval recebe milhares de turistas que desejam brincar e aproveitar o mar. Mas com a proibição do carnaval e o cancelamento dos feriados a presença de veranista é mínima para desespero dos comerciantes. Na virada do ano e no mês de janeiro o movimento foi fraco em razão da alta do custo de vida e o endividamento dos assalariados, representando perda substancial para o comércio. Agora a orla da praia está quase vazia e o tráfego de veículos é esporádico dando a impressão de que estou em uma cidade prestes a fechar as portas. Fico imaginando aqueles empresários interioranos que esperam o ano todo a presença de turistas e veranistas, revitalizando o estoque de mercadorias para vender e vê que nada disso está acontecendo.
Que frustração, não? E daí aumenta o número de pessoas fazendo do comércio informal o último meio para ganhar o pão de cada dia. E o empobrecimento aumenta, os empregos rareiam, os empresários dilapidam seus patrimônios e suas famílias padecem. Evidente que não estou falando dos empresários mais afortunados que têm lastro suficiente para transpor a crise econômica, mas dos pequenos e médios comerciantes. Tudo isso contribuído para aumentar a pobreza no país e exigindo que o Governo Federal se desdobre para dar dinheiro aos mais necessitados, mesmo sem ter previsão de receita para enfrentar esses gastos. A pandemia não só modificou os hábitos do povo com o distanciamento social, como trouxe um desafio nunca antes imaginado para o governante encontrar soluções paliativas para minorar as necessidades da população carente.
É só pensar um pouco para deparar com a crua realidade de que a economia está em frangalhos e o governo enfrentando sem muitos meios o buraco negro do infortúnio. O trabalhador teme perder seu salário e os políticos fazem da crise celeuma para se valorizarem ou enfraquecerem o governo federal -, os “do contra” rezam para um impeachment descabido e fantasioso como única maneira de conseguirem o retorno da corrupção.
E o Brasil navega em águas revoltas com a bússola quebrada, sem rumo certo, enfrentando maldições e assombrações; com um povo dividido, sofrendo porque quer sofrer, tudo porquê nunca soube votar bem ...
“Pandemia, insatisfação do povo e crise econômica são três ingredientes explosivos que estão nas mãos do governante. E não é qualquer pessoa que tem tutano para enfrentar e tentar transpor essas adversidades. Ninguém está imune nem ao Covid e nem a crise econômica.”
Edson Vidal Pinto
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