Procura-se Vivo ou Morto!
A caravana cortava a pradaria, colonos dispostos a plantar uma nova ordem avançavam aos trancos e barrancos, pois os nativos resistiam com as armas que dispunham: ovos. O chefe-mor era um velho batedor de carteiras, móveis e utensílios palacianos chamado Búfalo Lula Bill, que estava sempre acompanhado pela sua fiel companheira Ana Amante Okley.
Os dois eram temidos por suas línguas felinas, pelas mentiras que contavam e pelas ideias retrogradas. Nas carroças estavam homens e mulheres dispostos a tudo, obedientes, cegos e bem remunerados pelo PT. Dentre estes: pelegos, jornalistas, sem terra, atleticanos e sindicalistas. Exímios provocadores raivosos. No extremo sul a caravana encontrou forte resistência, apesar da escolta armada da PM.
O povo indignado da região resistiu até onde pode o avanço dos colonos, mas estes com muita luta conseguiram atravessar as barricadas e prosseguiram a jornada por novas plagas. Nas montanhas Catarinenses, região habitada por gente decente, os andarilhos da estrela vermelha enfrentaram duras batalhas, quase viraram omelete de tantos ovos arremessados em suas direções.
A PM evitou o pior. Mas o pior mesmo aconteceu quando a caravana estava passando, à noite, pelas trilhas do desfiladeiro Paraná, quando escondido atrás de uma moita um desconhecido atirou com uma espingarda de espalhar chumbinho, em direção à carroça lotada de jornalistas. Búfalo Lula Bill ficou fulo da vida, esbravejou e rotulou o episódio como um atentado contra um líder mundial.
Exigiu providências do Ministro da Segurança Pública para investigar com rigor e apurar a identidade do assassino em potencial. Aproveitando da deixa, Ana Amante Okley requereu que a ONU invadisse o Brasil, afastasse o Temer da Presidência, colocasse em seu lugar o Gilmar e que o Requião assumisse a Presidência do STF.
O Dr. Rosinha, mais discreto, levantou a voz e pediu que o temperamental e antidemocrático atirador fosse “Procurado Vivo ou Morto”. Era o que faltava para a caravana encontrar a repercussão que até então não tivera.
As batalhas de ovos não mereceram nenhuma nota no Jornal Nacional, mas em compensação os três tiros de chumbinho no toldo de uma das carroças, além de render metade do horário de todo noticiário da Globo, mereceu uma missa especial celebrada por Francisco, aquele que as vezes também é Papa, na Basílica de São Pedro.
Afinal, um atentado hediondo contra uma caravana de notórios idealistas, é o pior crime que alguém possa cometer contra a humanidade. Eu também acho. Não, não estou debochando e nem estou dando risada. Quando fico nervoso meus lábios tremem contra a minha vontade. Na “pindura” que o brasileiro está se tivessem oferecido uma polpuda “recompensa” para achar o desavergonhado criminoso, este já estaria preso dez minutos depois do “atentado”. Pois é voz corrente que “o criminoso sempre volta ao lugar do crime”. E quem disse que ele saiu?
“Povos bárbaros os sulistas. Fascistas, demagogos, irracionais, apátridas, desordeiros e antidemocráticos. Um tiro de chumbinho demonstra o ódio que todos eles têm contra os verdadeiros filhos de Francisco”.
Edson Vidal Pinto