Quando Falta Classe.
É correto afirmar que nenhum cargo faz o homem; o homem é que faz o cargo. Na vida a melhor maneira de se conhecer o caráter de uma pessoa é quando ele é ungido para ocupar um cargo de chefia. Seja na iniciativa pública ou privada, não faz diferença.
Pouco tempo atrás o Tribunal de Justiça elegeu um Presidente que foi o suprassumo da arrogância, administrou o Tribunal como se ele fosse sua propriedade, arrotou loas a sua desastrosa administração e esqueceu-se de ser cordial com os amigos.
E quando terminou o mandato e voltou à planície caiu na triste realidade de colher o que plantou. Esta é a sina daqueles que pensam que ocupar o Poder nunca termina. Toda glória é efêmera. Quando o homem passa em qualquer lugar ou ocupa um cargo de relevo ele só deixa o rastro, bom ou ruim. Nada mais. Esta é a lição que poucos aprendem.
O mais recente exemplo? A atitude soberba e o linguajar chulo do Maia, Presidente da Câmara dos Deputados, quando criticou o Ministro Sérgio Moro pelo Projeto de Lei de Combate a Corrupção ao referir que o mesmo seria um empregado do Presidente e que a proposta apresentada era um remendo de outra elaborada por um ex-ministro da Pasta da Justiça.
Tom arrogante de um moço crescido num ambiente de bajulação. Homem nascido no berço da politicalha e as voltas com a Polícia sabem como poucos manejar a arte da pior política para usá-la em proveito próprio. Faltou para ele o talhe de estadista ao menosprezar alguém que ocupa o cargo de Ministro de Estado, autoridade ímpar da República, que merece tratamento respeitoso e digno porque o atual ocupante do cargo é um homem honrado e probo. E não se pode tratar pessoas sérias como aqueles que não têm hombridade e não se se dão o devido respeito.
O Maia não poderia considerar o Moro como as outras pessoas lhe tratam, pois ambos são de temperas e estirpes díspares. O primeiro um notório traficante de influências e o outro um servidor da Lei; um é óleo e o outro vinagre. Claro que o deputado deveria estar irado com a prisão de seu sogro, pois este é membro de sua família, pela Polícia Federal que é subordinada ao Ministro Moro. Talvez fosse um desabafo em um momento errado, mas não justifica a atitude e nem a falta de educação e equilíbrio.
Quem tem a representatividade do Congresso Nacional e detém o cargo de Chefe de um dos Poderes da República, não pode e nem deve deixar de exercer sua autoridade de estadista, pois sobre seus ombros pesa o dever de agir com moderação e absoluta lealdade à Constituição Federal. Portanto não lhe é defeso faltar com o respeito a quem merece.
E o pior de tudo que o Maia sendo o que é foi reeleito para o cargo de Presidente da Câmara, sem que qualquer outro deputado pudesse ter a chance de desafiá-lo. Este o mundo negro e nefasto do Parlamento brasileiro. A cada episódio que abala o mundo político gera a descrença do povo em acreditar numa mudança que o Brasil precisa, pois se escancara que a crise é pela falta de homens de bem que tenham o propósito de trabalhar pela pátria e não de se comportarem como moleques irresponsáveis e inconsequentes.
A cena protagonizada pelo Maia teve nítida intenção de postergar o projeto de Combate a Corrupção proposta pelo Ministro Moro, por motivos óbvios e ululantes. Nenhum bandido quer que sua quadrilha seja desbaratada. Ou tem outra intenção mais evidente? Enquanto velhos macacos da política não caírem de seus galhos e não forem esquecidos por eleitores cegos, o país continuará sofrendo os males causados por dirigentes que amam apenas seus próprios bolsos...
“Quem exerce cargo relevante não pode esquecer que nada é eterno. Saber tratar as pessoas com educação e respeito é dever de qualquer cidadão de bem.
Nunca ouse afrontar um homem que não errou para não passar vergonha!”
Edson Vidal Pinto