Que Vergonha!
Dizer o que? Cada dia que passa um novo episódio acontece para denigrir um pouco mais o amor próprio do povo brasileiro. Pois continuamos caindo sem parar no poço de nossa desgraça e pelo jeito estamos muito longe de atolar no fundo.
Não, não me refiro a vida política, em que os candidatos à Presidente da República caçam freneticamente um vice para a chapa, na esperança de fisgar um Partido que tenha alguns minutos a mais no horário gratuito da TV. Muito menos o fato do PT lançar debochadamente um preso, condenado, como se ele representasse alguma coisa para o futuro do país. Muito menos estou insinuando sobre os degradantes espetáculos que jornalistas politiqueiros estão proporcionando em suas mesas redondas na TV, quando entrevistam candidatos de baixo nível e pouco preparo intelectual. Nada disso.
A vergonha que estamos passando aos olhos do mundo foi pelo ocorrido na última quarta-feira, no Rio de Janeiro. Quando da abertura do Congresso Internacional de Matemáticos (ICM), em que o iraniano Gaucher Birkar, recebeu e teve furtada a sua Medalha Fields, forjada em ouro maciço com a imagem de Arquimedes, considerada a premiação como o “Nobel de Matemática”.
O furto ocorreu enquanto o homenageado atendia pedidos de fotos, logo após o término da cerimônia. Por causa do ocorrido, o matemático que é professor na Universidade de Cambridge, não participou, posteriormente, da coletiva de imprensa ocorrida no local. Pudera, dá para imaginar a sua decepção por estar num país sem lei e nem ordem.
Não é querer ser um dos Cavaleiros do Apocalipse e nem arauto da sordidez moral, mas é difícil engolir o que estamos assistindo como coadjuvantes, quando quadrilhas de homens e mulheres se assenhoram da Administração Publica brasileira apenas para tirar proveitos do Poder.
Dá para imaginar o que o nominado matemático vai dizer lá fora, quando estiver dando aulas no ambiente acadêmico, sobre o episódio mais importante de sua vida e deslustrado pelo furto de seu prêmio? Fato triste e lamentável como àquele da Taça “Jules Rimet”, também de ouro, quando ladrões subtraíram e posteriormente derreteram o símbolo do tricampeonato mundial de futebol.
Que vergonha, foi a taça de uma conquista gloriosa que não pode ser exposta na vitrine de troféus, pela culpa de muitos. Hoje, apenas, existe uma cópia de puro latão. Aliás, os nossos ladrões às vezes nem usam máscaras e nem agem furtivamente, tanto é verdade que presentes recebidos ao longo dos anos de autoridades estrangeiras, e que fazem parte do acervo público da República, foram surrupiados aos montes em caminhões de mudança, pelos nossos últimos “presidentes”.
Claro que a polícia carioca trabalha para identificar os ladrões, fazendo uso das câmeras instaladas no local do evento internacional. A esperança de recuperar a medalha é remota. Pena que um país grandioso como o nosso tenha ladrões por todas as partes, livres e soltos como o diabo gosta. E a Segurança Pública continua sendo tratada como um arremedo pela União e os estados...
E todos somos vítimas, porque não sabemos votar!
“É vergonhosa a inércia da Segurança Pública. Nossos governantes são incapazes de compreender que o estado e o país só prosperam, com ordem e respeito às leis. Tudo o mais são meras consequências!”
Edson Vidal Pinto