Resisti incólume: Adeus Brasília!
Hoje, 22 de setembro de 2.017, sexta feira.
Minha agenda do último dia na Capital da República foi intensa. Minhas múltiplas tarefas foram cumpridas rigorosamente e dentro horárias. Comecei na Catedral, toda envidraçada, para pagar meus pecados por ter elegido gente tão incompetente para nos representar. O templo é obra do Niemayer que é imprópria para o clima local. O sol escaldante passa pelos vitrais e o calor interior parece fogo do inferno. Suei mais do que rezei.
Depois desta missão espiritual de descarrego fui direto ao Ministério Público Federal. Conversei algum tempo com a Raquel sobre a Operação Lava Jato e outras de menor esguicho. Não posso comentar sobre as tratativas porque será uma surpresa que cairá como uma bomba na mídia! Tricotamos bons temas sobre a corrupção local e nacional. Sobrou até para o Paraná! Na semana que vem os assuntos tratados cairão no domínio público. Quem viver até lá, saberá! Em seguida fui ao Palácio Alvorada para falar com o Loures.
Só depois lembrei que ele está preso em casa, de tornozeleira. Sai de fininho. Almocei num restaurante nordestino e comi jerimum. Para fazer a digestão resolvi tomar banho no lago Paranoá. Nadei 5.000 metros! Foi um treino leve. Troquei de roupa e fui conversar com o Lobão. Homem distinto, sócio do Sarney, um exemplo de vida pública sem máculas. Pelo menos foi isso que o Requião me falou. Conversamos sobre energia elétrica e o BNDES. Foi uma troca de ideias bem produtiva.
Ele me prometeu que a Copel será só dos paranaenses, para fazermos dela o que nos der na telha. Foi um sucesso a promessa feita. Respirei mais aliviado. Terminado o encontro fui para o hotel pegar minha mala. Meu voo foi noturno para Curitiba. Horário das 20h00min horas. Só entrei no avião depois de me certificar que nenhum político estaria a bordo. Dei graças a Deus que ninguém embarcou só se disfarçado. Respirei aliviado quando o avião decolou.
Olhei pela janela e o céu estava estrelado. Vi lá embaixo as últimas luzes de Brasília ficando para trás. Encostei-me a poltrona e disse para mim mesmo: sou mesmo um homem de sorte: sai incólume da terra da cobiça e do lucro fácil. Claro, não posso negar que fui tentado de todos os lados e por tantas figuras repetidas do cenário nacional.
Agora, felizmente estou voltando para a República de Curitiba. Esbocei um rápido sorriso, fechei os olhos, e dormi. Sonhei apenas com minha terra e minha gente...
“A melhor parte de uma viajem sempre é retornar para casa. Principalmente quando a viagem foi para Brasília. A cidade dos sonhos mirabolantes e do lucro fácil".
Edson Vidal Pinto