Revendo Posição
Em razão de meu comprometimento com a Justiça nunca me permiti que tivesse qualquer vínculo político ou ideológico com partidos ou agremiações míopes, por preferir compartilhar apenas da ideologia da Lei. E por consequência nunca incentivei ninguém a ser militante político-partidário e muito menos candidato há qualquer cargo eletivo.
Aliás, pelo contrário, quando algum parente, amigo ou conhecido manifestava a intenção de concorrer eleição, eu era o primeiro a usar de todos os argumentos que me vinham na cabeça para demover o infeliz consulente a trilhar tão trágica jornada:
- Meu amigo, não faça isto para o bem de sua reputação porque a política é um ambiente depreciativo, capaz de arruinar você e sua futura geração!
Era assim mesmo o meu conselho para qualquer candidato, pois eu via a política como a boca do próprio inferno: negociatas, omissões, oportunismos e relações de amizades promíscuas. Embora tenha exercido cargos políticos como diretor-geral da Secretaria de Segurança Pública e como Secretário de Estado da Justiça, nunca distingui partidos e nem políticos. E creio ter cumprido bem minhas responsabilidades, sem trair a confiança dos então governadores Álvaro Dias e Jaime Lerner responsáveis pelas minhas nomeações.
Mesmo assim nunca abdiquei do meu senso crítico e do meu comportamento ético de primar pela verdade. Hoje, também, nem sempre concordo com as posições defendidas pelo Álvaro e lamento que o Jaime tenha desistido da política pois ele teria muita contribuição à oferecer ao Paraná. Ouso dizer que o primeiro é um político hábil e o outro sempre foi mais técnico do que político e que a história ainda não lhe fez Justiça. Claro que ambos tiveram altos e baixos em suas administrações porque não há infalibilidade em nenhum governo. Pois, bem.
Depois de testemunhar ao logo do tempo que ninguém, salvo os políticos, é que podem salvar o país pois são estes que administram e são responsáveis pelas criações das leis estou revendo meu ponto de vista. Pois quem não tem estes postos eletivos nas mãos apenas assistem estarrecidos as barbaridades que os maus políticos e péssimos administradores vem fazendo ao longo das décadas. E é difícil ficar na arquibancada sem poder modificar os rumos da Pátria e amargar a culpa pela inércia. Inércia? Sim, a inércia de não ter participado da política partidária e de ter orientado os mais jovens a desistir dela, como se a democracia fosse um estado de espírito e nada mais. Mordi a língua e errei feio. Nenhum país é poderoso e forte se não tiver políticos idôneos.
E se está faltando este gabarito de gente na política brasileira é indispensável incentivar as pessoas de bem para dela compartilharem e saírem candidatos. O senador Oriovisto Guimarães tem sido um ótimo modelo de político confiável e um exemplo para o que estou escrevendo. Assim, chega de omissão gente, está na hora dos cidadãos de bem acordar e fazer política-partidária, a única forma de expungir da vida pública os maus políticos, os políticos profissionais de sempre e administradores políticos que tem sido um flagelo para o país. Portanto mudei de opinião, aliás quem nunca mudou a sua é porque nada aprendeu na vida...
“Precisamos incentivar as pessoas de bem e os jovens a participarem da política a fim de poderem fazer parte da vida pública brasileira. São postos chaves dos Poderes Executivo e Legislativo da União, Estados e Municípios capazes de modificar o futuro dos nossos filhos, netos e da Pátria brasileira. E a única maneira de aposentar os politiqueiros sempre ávidos pelo Poder”.
Edson Vidal Pinto
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