Seguro de Viagem.
Ontem, 25 de julho de 2017, terça feira.
Viajar é o melhor investimento que uma pessoa possa fazer para si e a família. Não importa a distância ou o lugar, o que vale mesmo é usufruir dos bons momentos e poder curtir do que a vida tem de melhor. Ninguém viaja a passeio aborrecido ou contrariado, pois a alegria contagia o espírito e a sisudez fica de lado. A viagem se presta para recarregar as baterias do estresse da rotina e do trabalho.
É prudente para quem viaja pelo país e indispensável para quem vai além de suas fronteiras fazer o denominado "seguro viagem". Vale gastar mesmo sem precisar usar dos seus benefícios. É a garantia e a segurança de que qualquer imprevisto não se torne uma grande dor de cabeça e mil preocupações. Uma consulta médica ou odontológica e o preço de um hospital no exterior é assustador. E se depender de um traslado de emergência para voltar para casa é uma despesa catastrófica! Toda prudência é pouca.
Nunca deixei de fazer um "seguro viagem" quando programo uma viagem, mas exageradamente prudente opto sempre pelo plano mais caro e de melhor atendimento. Às vezes o tiro sai pela culatra como aconteceu em um fato jocoso que só agora ouso contar. Eu e minha mulher estávamos aproveitando na cidade de Roma, depois de uma viagem programada pela Itália onde visitamos diversas cidades e que terminava na belíssima Cidade Eterna. Tínhamos percorrido trechos de avião, navio, ônibus e trem e felizmente tudo transcorreu sem nenhum incidente.
Foi na capital e justamente no penúltimo dia da viagem que aconteceu o inesperado: minha esposa quando caminhava na calçada da "citá vecchia" tropeçou e caiu. O tornozelo inchou na hora e começou a doer. Com muito custo fomos para o hotel. A dor passou a ser lancinante e tive que usufruir do "seguro viagem". Telefonei para o número indicado no contrato e imediatamente fui informado do nome e endereço do hospital credenciado para o devido atendimento de emergência.
Ficava do outro lado da cidade e atrás do Vaticano onde se situa uma das colinas de Roma. De táxi até o lugar do atendimento foi quase uma viagem. Chegamos ao Hospital e logo fui atendido por uma atendente onde mostrei a carteirinha do Plano de Seguro. Ela pediu para esperarmos um pouco e logo vieram três médicos que prontamente conduziram minha mulher para um dos consultórios. Fiquei aguardando na sala de espera.
Fizeram raios-X e outros exames mais sofisticados e logo imaginei que tinha sido uma fratura. Depois de quase duas horas os três médicos me chamaram e deram o diagnóstico: forte luxação no pé! Graças a Deus, pensei comigo mesmo. Mas os três esculápios insistiram que minha esposa deveria ficar internada por uns dois dias, para poder se locomover melhor. Dois dias? Ficar no Hospital por causa de uma luxação? Não havia lógica alguma, tentei explicar que seria desnecessário e que bastaria imobilizar o pé, ademais no dia seguinte estaríamos retornando ao Brasil.
Meu argumento nada adiantou, pois os três médicos insistiam que pelo menos naquela noite até a manhã do dia seguinte a paciente deveria ficar hospitalizada. Dai então percebi que a insistência do internamento estava ligada com o meu Plano de Seguro que renderia muitos euros de honorários àqueles "ilustres" doutores.
Quanto mais tempo no local maior o ganho financeiro. Tentei argumentar, mas não convenci ninguém. Indicaram-nos duas cadeiras próximas da porta principal do hospital onde deveríamos aguardar a burocracia do internamento. Os três médicos se despediram e deixaram o local. Conversei com minha mulher e resolvemos "fugir". No momento propício demos no pé, apanhamos um táxi estacionado bem na frente e retornamos para o hotel. Lá no Hospital até hoje estão nos procurando, mas foi o único jeito de poder voltar para casa.
E cada vez que nos lembramos do episódio damos boas gargalhadas. Às vezes o Plano mais caro e completo do Seguro cobiça os interesses alheios, pouco importa que estes sejam "doutores" ou não, pois faz parte da índole dos seres humanos. Mas que vale a pena prevenir vale. Em cada viagem continuo optando pelo melhor Plano de Saúde, nem que para isso tenha de fugir com o rabo entre as pernas...
“Sair de casa para viajar a pessoa se sente um peixe fora da água. Tudo é difícil na hora de uma emergência. A solução está no Seguro Viagem. Às vezes o atendimento é tão bom que o segurado tem que ser criativo para não ficar refém da sua própria prudência."
Edson Vidal Pinto