Sem Direito de Errar
O pior momento de errar para qualquer candidato a cargo eletivo é quando numa entrevista defende ponto de vista ou dá uma solução sobre um tema que, por sua experiência profissional e vivência no trato da coisa pública, não pode jamais errar. Confesso ao leitor que o único voto que está faltando para eu escolher é em qual candidato ao Senado que vou votar.
Excluo desde sempre o Álvaro Dias desta minha dúvida porque nele não votarei jamais, pois sua presença no Congresso Nacional foi pífia e pouco colaborou com os governos anteriores tendo sido um camaleão sem definir suas próprias cores. Ademais, chega dos mesmos! Claro que as únicas opções que me restam são o Sérgio Moro ( Maringá) o Paulo Martins (Londrina) e o Pessuti -, o primeiro se diz candidato contra o Luiz Ignácio na mesma trincheira do Bolsonaro; o segundo é o candidato apoiado pelo Bolsonaro e o terceiro tem um certo cabedal de conhecimentos por ter sido ex-governador do estado mas é contra o Bolsonaro. Quanto aos demais são meros aventureiros em busca de holofotes e publicidade para postularem cargos nas próximas eleições.
Tem momentos que pendo mais para o Moro, apesar de sua demonstração de insegurança no campo político, e noutros pelo Paulo Martins apesar de ser ainda um ilustre desconhecido. Não descarto o Pessuti por tê-lo conhecido lá pelas bandas de Faxinal. Estou tateando no escuro e ainda não bati o martelo em quem vou votar. Mas anteontem à noite assisti na Rede TV no programa de entrevista da Jovem Pan que teve a participação do Sérgio Moro que em linhas gerais disse estar maduro para pleitear o cargo de senador e quer fazer oposição ao governo do Luiz Ignácio caso este retorne à Presidência, pretendendo, ainda, ter uma atuação relevante nas sabatinas de escolha para o preenchimento das próximas duas vagas ao STF, despertando seus pares no sentido de não serem meras vaquinhas de presépio se os indicados não preencherem os requisitos legais e morais.
E me agradou pelo que eu ouvi, no entanto quando foi perguntado por um jornalista sobre o que pensa a respeito da Polícia Federal a sua resposta foi primária e eleitoreira. Como sabido é imprescindível que o policial civil e militar tenha uma remuneração condigna pela sua importância no contexto da sociedade. Mas ditas Instituições não podem ser autônomas e , sim , subordinadas ao Poder que as representam, lembrando que nem as Forças Armadas estão isentas dessa mesma subordinação hierárquica e nem seus Chefes tem o direito de não serem substituídos.
É uma regra de peso e contra-peso às Instituições que tem o poder de zelar pela soberania do Estado (FFAA) e pela segurança ostensiva e investigativa de crimes no âmbito interno do país (PF, PC e PM). Sem olvidar de seus deveres constitucionais e suas autoridades e uso de armas. Imaginar-se como Instituições independentes do jugo estatal representaria um desequilíbrio de forças e uma sombra à democracia. No entanto o Moro para agradar os policiais federais disse que tem defendido que o Diretor-Geral do grupamento tenha mandato de duração de quatro anos, só podendo perder a chefia nos casos que a lei venha explicitar. Ora, ora, a resposta com certeza agradou os integrantes da classe mas a justificativa esbarrou no bom senso. É óbvio que estando a Polícia Federal subordinada ao Ministro da Justiça e da Segurança Pública este pode mudar o diretor quando a conveniência e a discricionariedade do próprio Chefe do Poder Executivo determinar.
A rotatividade é salutar no comando ou chefia de qualquer Instituição, principalmente na área das polícias para evitar o ranço e o mau hábito, regra esta que abrange até os Ministros de Estado. O Sérgio Moro pela vivência que teve como magistrado e ministro de estado não poderia errar ao responder uma pergunta tem óbvia. Pior do que a resposta em comento deu a Tebes, quando visitou a Associação dos Delegados da Polícia Federal, e se comprometeu com a classe que se eleita Presidente da República fará da Policia Federal uma Instituição autônoma nos moldes do Ministério Público. Deu um atestado de desconhecimento e de inaptidão para exercer o cargo que disputa. O candidato não pode querer ser o Papai Noel e prometer presentes mirabolantes às Instituições e Corporações estatais, sem sopesar o suficiente as consequências daquilo que está dizendo. Eu continuo sem decidir o meu voto para o Senado, não por falta de opção, mas porquê ainda tenho tempo de maturar para dessa vez não errar …
“Está chegando a hora de decidir os nomes dos candidatos porque faltam poucos dias para as eleições. E o momento exige que o eleitor reflita e saiba votar para o bem de seu estado e do país. Chega dos mesmos !!”
Édson Vidal Pinto