Só Falta Prender o Promotor!
Sexta feira, 06 de outubro de 2017.
Vale lembrar o velho ditado: “Rei morto, Rei posto: Viva o Rei!” E assim é na vida pública onde ninguém é insubstituível. Com a saída do Janot do cargo de Procurador-Geral da República, Chefe do Ministério Público Federal, o mesmo da noite para o dia desapareceu da mídia e se tornou alvo de seus próprios atos de ofício. A segunda denúncia oferecida contra o Presidente Temer e dois outros Ministros de Estado tem merecido dos advogados dos acusados uma ladainha de comentários desairosos e ofensivos à pessoa do acusador.
Nesta semana no “Jornal Nacional” os defensores dos três acusados devidamente sintonizados em um único diapasão, quando entregavam as respectivas peças de defesa de seus constituintes, repetiram com ênfase a mesmíssima coisa: a denúncia é inepta! Inepta? Como assim? Ela é teratológica (fantasmagórica?) e nem está escorada em nenhuma prova ou carece da devida individualização das condutas típicas de cada acusado? Pelo que disseram os causídicos a peça acusatória não tem um mínimo fundo de verdade e não passa de mera ficção jurídica. Mas como reforço tentou desmerecer o teor das delações premiadas. Afinal todo cuidado é pouco.
Como o palco do julgamento está adstrito ao Parlamento brasileiro é claro que tais opiniões servem apenas para repercutir na imprensa, pois sabidamente àquela Casa não dará permissão para o STF receber a denúncia e julgar os acusados. Lobo não come Lobo. A denúncia ficará sobrestada até os denunciados estiverem desabrigados do manto protetor do foro privilegiado.
E assim o Presidente, por enquanto, não terá possibilidade de provar sua inocência e nem afastar a desonrosa mácula de que não seja mesmo o chefe de uma quadrilha de homens de colarinho branco. Ao que parece ele pouco está se importando com isto, o que interessa mesmo é permanecer no Poder. Procedimento usual adotado por político profissional.
E pelo andar da carruagem não é de estranhar que no final do filme o acusador acabe sendo preso. Sim, pois bons argumentos não faltam há tão argutos e calejados advogados que pelo tom de suas declarações não escondem suas intenções de criminalizar o Janot, pelo açodamento da denúncia e como conspirador-mor. da República. Com o STF que temos não se descarta a chance do acusador virar réu.
É nesta quadra histórica do Brasil que nos encontramos, as mentiras pululam gerando desconfianças e apreensões, tudo muito bem ritmado pela criminosa omissão da Imprensa. Nesta até o Lula lidera as intenções de voto e apesar de atolado na lama da corrupção até o pescoço, aparece como favorito na corrida presidencial. Que inversão de valores. Haja estômago para aguentar tanta patifaria!
“Tem o Promotor por dever de ofício oferecer denúncia contra quem quer que seja, quando em tese a conduta do indiciado infringir a Lei. O foro privilegiado é um absurdo que impede o devido processo legal!”
Edson Vidal Pinto