Só Imprensa Eletrônica.
Eu ainda não me conformei com a falta de um bom jornal impresso em nossa República de Curitiba. Não é possível que a mídia eletrônica tenha sepultado definitivamente o jornal tradicional, sob o argumento de que neste as notícias são requentadas, pois a TV e o rádio informam no momento em que os fatos acontecem. Via de consequência não interessa mais aos leitores assinar ou comprar “papéis velhos”.
Daí, os prejuízos para seus proprietários. Será? Com o aumento de habitantes em progressão geométrica não parece um raciocínio lógico; pois, hoje, sabidamente sem um jornal diário de verdade, estamos divorciados das notícias políticas mais palpitantes, assuntos sociais, comentários inteligentes, ilustrações de ótimos cartunistas, vitrines policiais, eventos esportivos, ofertas comerciais e até do necrológico.
Acho que um jornal de tamanho tradicional, bem enxuto, com conteúdo diversificado e bem diagramado seria bem aceito entre os leitores. Não faltam bons e jovens jornalistas idealistas, nem ideias para grandes reportagens.
E pensar que o primeiro número da revista “O Cruzeiro”, de Assis Chateaubriand, quando circulou no território brasileiro foi editada em Buenos Ayres, Argentina, porque em nosso país não existiam gráficas com maquinário de impressão colorido e fotográfico que pudesse atender às exigências de seu criador. Hoje, temos no país parques gráficos e alta tecnologia, mas falta empreendedores para tomar a iniciativa e elaborar um jornal lucrativo.
O sistema de impressão offset modernizou as publicações e barateou o custo das edições. Apesar disto os jornais pagos e os gratuitos que circulam diariamente são de péssimo bom gosto e elaborado sem um mínimo de capricho. E o esquisito semanário “Gazeta do Povo” é um arremedo debochado que mais parece uma bula gigante que acompanha as caixas de medicamentos, com escritos indigestos e difíceis de manusear.
Contém reportagens longas e insossas sem nenhum estilo jornalístico. Com certeza se o Dr. Francisco Cunha Pereira fosse vivo, não permitiria as alterações introduzidas quanto ao tamanho e muito menos quanto às reduções de suas edições.
Os atuais dirigentes ao que parece pecam pela falta de visão, arrojo e nem empunham mais a defesa das causas do Paraná. E os que vivem nesta cidade modelo, não têm seu próprio jornal de notícias e assuntos cotidianos. É lamentável, pelo menos eu acho...
“O jornal, como qualquer outro veículo de comunicação, tem que acompanhar a modernidade e superar a concorrência pela criatividade. O mundo é uma aldeia global; mas cada região tem suas peculiaridades. O jornal, assim como o rádio, sempre terá lugar garantido entre seus usuários”.
Edson Vidal Pinto