Socorro, Um Homem Nú no Museu!
Ontem, 01 de outubro de 2.017, domingo.
A definição mais singela e que a maioria dos alunos de uma época passada aprendeu na escola é de que a “arte é a expressão do belo”. Ela é fruto da imaginação humana e do poder criativo do artista que é um ser ungido por Deus.
Nem todos possuem o dom da graça e da beleza na alma, para transformar o mármore em uma bela estátua, a sucata em matéria artística, da tinta um quadro que impressiona os olhos, das teclas do piano ou dos acordes de instrumentos sonoros melodias imortais, dos palcos cenas arrebatadoras, dos contos e das poesias os melodramas ou a alegria que fazem bem ao nosso ego.
São tantas as formas criativas emolduradas pelos seres humanos que seria impossível catalogar cada uma delas e dizer qual delas é melhor ou pior. Porque a arte nem sempre agrada os destinatários, os gostos variam de acordo com a sensibilidade e estado de espírito de cada pessoa.
A dança por mais bem executada nem sempre agrada e merece aplauso, porque o senso crítico de quem assiste é que julga a criação de acordo com a sensibilidade de cada um. É por isto que o artista se depura cada vez mais para alcançar a perfeição. A consagração é o reconhecimento público que torna o autor em pessoa única, diferenciada e imorredoura. E o que dizer de um homem nu, exposto em um museu, há vista de todos e sendo apalpado por crianças? Dizem os mais arrojados e vanguardistas que se trata da mais pura arte. Arte?
- Pra mim, seu doto, ou é sacanagem ou atentado violento ao pudor!
Este foi o comentário crítico do Zé, um homem simples do povo que ficou espantado com o que estava vendo.
- Nada, idiota! (Retrucou alguém que deveria conhecer o pelado) Isto é expressão livre da arte!
- Livre? Tá louco homem, nada mais é do que um atentado à moral e aos costumes, uma forma de aliciar menores...
- Está se vendo que você não entende de arte! Deve ser um fascista radical e retrógrado!
Ainda bem que o Zé não entendeu bem o que o defensor “da arte” lhe disse, senão a briga séria feia. Não me meti na discussão porque estava absorto nos meus pensamentos. Desde quando um homem pelado é arte? Fiz um esforço hercúleo para chegar há alguma conclusão; eu não pretendia ser nenhum crítico voraz ou inconsequente.
Mas ao ver as crianças, menor de dez anos, apalpando o corpo daquela estátua viva, sentiu vontade de chorar. É verdade: chorar o pranto mais sentido de ver os pais daquelas crianças permitirem que seus filhos fossem protagonistas daquele triste espetáculo circense, próprio de um depravado cenário da antiga Roma.
E por ver belas crianças perderem o viço de suas inocências. Essa não parece a mesma arte que eu aprendi na escola. Eu nunca exporia um filho ou uma neta para apreciar o corpo de um homem nu, porque mais livre que possa admitir onde a criação humana possa chegar, eu não enxergaria arte num corpo humano pelado de um reles exibicionista.
Sei que minha opinião não é unânime, pois vozes já foram ouvidas pelos defensores dessa “arte” no museu, mas não me importo nem um pouco, só lamento que a licenciosidade marota e perniciosa esteja tomando conta da sociedade em que vivemos...
“O que é luxo para uns pode ser lixo para outros. Assim é a arte, menos quando não existir criatividade. Sem esta é pura vulgaridade!”
Edson Vidal Pinto