Solidão!

Ontem, 19 de julho de 2017, quarta feira.

Estar sozinho ou ser solitário são duas situações bem diferentes. Tem pessoas que gostam de estar sozinhos e vive muito bem a vida porque sabem que de um momento para outro podem retornar ao convívio de outras pessoas. Já quem está solitário é porque foi abandonado e fica isolado contra a própria vontade.

Um pai ou uma mãe deixado pelos filhos em uma casa de repouso para ficar longe do convívio familiar porque é um fardo pesado para carregar, sente a tristeza da solidão. Diferente de quem está em um leito de hospital e se sentir sozinho, mas sabendo que tem uma família para lhe acolher e abrigar.

Fiz este introito porque não me sai da memória uma imagem que vi na televisão, quando da reunião dos países ricos, apareceu num flagrante o presidente Trump andando e conversando animadamente com seus colegas de bloco econômico e de repente passou na frente de todos, caminhando como sonâmbulo, sozinho, com ar distante , como se fosse um primo pobre que se equivocou de festa, o presidente brasileiro.

Este sem virar o rosto parecia um ET entre terráqueos! Que cena deprimente. O Temer não precisaria amargar tamanha solidão para permanecer num cargo importante é bem verdade, mas que por ser efêmero não vale a pena tanto apego. Só os políticos de profissão se sujeitam ao desprezo e encontram forças para nadar contra a correnteza, eles têm uma couraça invisível que lhes protege contra as críticas, as vaias em público e a indiferença.

Parece que pertencem a uma raça diferente dos falíveis seres humanos, porque quanto mais atolados na lama da corrupção mais demonstram soberba como se nada lhes abatesse. Dentre tantas mulheres e homens públicos rotulados como inimigos número um do país, vale citar como ilustração o Sarney, Collor, Renan, Maluf, Lula, Dilma,Dirceu e a Gleisi, todos farinhas de um mesmo saco que continuam incólumes enriquecendo às custas dos eleitores inconsequentes.

O primeiro deles alcançou privilegiadas aposentadorias pelos péssimos serviços prestados à Pátria brasileira, sem nenhum risco de ser um dia alcançado pela conivente justiça ditada pelo STF. Nesse grupo de políticos e dirigentes públicos com sangue de barata, suportar a desgraça que mancha a honra e nome pessoal parecem que faz parte de suas índoles, pois o mais importante mesmo é usufruir do bom e do melhor para si e sua família.

São pessoas que não saem nas ruas, não frequentam lugares públicos, vivem na escuridão e fogem da verdade. Embora escudadas contra tudo e contra todos não suportam conviver com pessoas honestas e preferem viver sozinhas, cercadas pelos seus iguais. É assim que vive o Temer quando aparece em público, sempre rodeado pelas mesmas pessoas.

Diferentemente do Trump que por nenhum momento modificou o seu estilo, ações e palavras e muito menos traiu a confiança de seus eleitores. É malquisto e odiado apenas pelos adversários, não pela massa que o elegeu. Ele pode se sentir sozinho, mas não solitário como está o Temer. Eis aí a grande diferença!

"Num cenário olhado de uma janela, quem está sozinho enxerga as cores e a pujante natureza como sinônimo de vida; o solitário apenas sente a monotonia de um dia que se esvai. Cada indivíduo tem sua própria história escrita por suas ações e não porque seu destino esteja escrito nas estrelas. Se assim fosse, bastaria ficar sentado e aguardar a própria sorte!"
Edson Vidal Pinto