Tá Cheio de Luiz Ignácio
Pensando bem hoje é um dia da semana muito próprio para falar sobre o tema desta crônica. É uma sexta-feira, só está faltando que fosse no dia 13. Pois bem; para um bom observador é fácil constatar quantos Luiz Ignácio vivem em nossa cidade, alguns vadiando pelas ruas e outros muito bem instalados em casas e apartamentos de luxo. Conheço uma pessoa que ganha muito dinheiro cuidando dessa “turma” nas ausências de seus pais adotivos.
É claro que estou falando dos felinos domesticados - os gatos - que fazem parte de muitas famílias e são tratados, em muitos casos, melhores do que muita gente. Fui no apartamento de um amigo que tem um gato angorá de raça esquisita, esnobe e muito arredio às pessoas estranhas e que ficou o tempo todo me encarando sem esboçar nenhuma reação. Enquanto permaneci no local ele ficou estático e no mesmo lugar como uma estátua. Um tipo bonitinho mas antipático que se acha melhor do que qualquer outro de sua laia.
E no apartamento de outro amigo foi montado na parede da sala uma prateleira de madeira, em forma de degraus, fixada bem próxima do teto, onde o bichano percorre como se estivesse escalando o paredão de um precipício. Uma estrutura meio ridícula para quem não tem gato. Vi num canal de TV que num país europeu uma senhora levava o gato para passear usando uma “peiteira” no animal com certeza para que ele não fugisse de sua dona. Cena que não é comum por aqui pois a moda é ter cachorro e interagir com ele como um membro da família.
O gato é mais arisco e interesseiro pois só agrada quem ele gosta para tirar algum proveito. Mas tal qual o cachorro o gato também é um animal preferido por muitas famílias. Mas o gato principalmente agora que o Luiz Ignácio está solto e se apresenta como pré-candidato à Presidência da República, a raça felina domesticada está num crescente desesperador para quem não gosta muito de gatunos, ops, de bichanos.
A secretaria de minha mulher tinha um gato de rua, da cor preta, que só aparecia na sua casa quando o dia estava amanhecendo pois toda a noite caia na gandaia, muitas vezes aparecia todo arranhado e mordido pelas várias brigas em que se envolvia. E morreu com uma perfuração de pulmão por uma mordida fatal. Deve ter encontrado um pitbull na sua frente.
Mas dentre todos os gatos conhecidos o Luiz Ignácio é o que tem tido mais sorte - com certeza por ter sete vidas - pois tem horas que está descendo e de repente sobindo, cai e levanta, está preso e o STF solta, foi pobre miserável e hoje está milionário numa gangorra sem explicação lógica. Claro que quem tem padrinho não morre pagão e ele com certeza apadrinhou sempre bons padrinhos.
E tem um fôlego que dá inveja e mais do que isso : tem um fígado de ferro. Claro que não se pode falar de gatos sem dizer alguma coisa do Luiz Ignácio, afinal não é possível falar de futebol sem lembrar do Pelé…
“Miau, miau, miau tem horas que é preciso miar para ter boa oportunidade na vida. Ser gato é questão não de desvio de conduta mas de gene. Pois quem é gato já nasce gato.”
Édson Vidal Pinto