Tiro no Pé!
Hoje, 21 de agosto de 2.017, segunda feira.
No regime democrático é indiscutível o direito do cidadão ou grupo de cidadãos de se manifestar livremente e protestar contra o Poder Público ou entidade privada. Trata-se do legítimo grito de clamor que busca reparar alguma injustiça. No entanto dita manifestação popular não pode exceder os limites da Lei, sob pena de autorizar a pronta intervenção do Estado.
Este encontra escoro legal no chamado Poder de Polícia, pois a Constituição Federal defere ao Poder Público zelar pela ordem e a paz social. Pois bem: o povo do Paraná assistiu há tempos atrás tristes e lamentável episódio ocorrido no Centro Cívico, num protesto capitaneado pelo Sindicato dos professores do Paraná contra a tentativa do governo Richa de cortar benefícios e vantagens da categoria. Infelizmente ocorreu confronto entre os participantes e a polícia, com vítimas de ambos os lados.
O Ministério Público denunciou autoridades e policiais pelos excessos cometidos. Na última semana a Imprensa noticiou que o processo foi julgado improcedente. Lembrei-me, então, de fato similar ocorrido no governo Álvaro Dias, que até hoje é politicamente explorado de maneira caluniosa (crime que nunca existiu). Daquele processo eu conheço como a palma de minhas mãos, porque na época fui o Procurador de Justiça que deu parecer no mérito do recurso e pediu a absolvição dos agentes públicos.
Evidente que não posso fazer comparação entre a prova dos dois processos. Naquele em que atuei o movimento chancelado pelo Sindicato dos Professores perdeu total controle quando integrantes de outro Sindicato (CUT) promoveram atos atentatórios contra os policiais militares, arremessando contra os policiais montados peças de Petit pavê retiradas da calçada da Praça Nossa Senhora de Salete.
Com os animais assustados e a aproximação de militantes arremessando pedras, bastou um único policial atirar com bala de borracha em direção do chão, para iniciar toda a confusão. A própria Presidente da agremiação dos Professores da época (d. Isolde) em seu depoimento nos autos, isentou a responsabilidade dos policiais naquele fato lamentável. E o Álvaro até hoje é lembrado por muitos por um fato do qual nada deve, porque não autorizou nenhum ato de hostilidade ou repressão contra a classe dos Professores. Parece possível que a mesma ocorra agora com o Richa.
Acredito que todos nós temos na família um professor ou uma professora que trabalha no magistério publico por amor e dedicação, que vibram e sofrem com o aprendizado de seus alunos e fazem da arte de ensinar seus apostolados. Num país de tanta corrupção e inversão de valores a classe dos Educadores continua tendo salários que não condizem com seu grau de importância, sendo ignorada e desamparada pelos governantes.
E a respeitada classe dos abnegados mestres das Escolas Públicas continua pessimamente representada por sindicalistas de conhecidas tendências políticas partidárias, sem voz e sem eco. E nas manifestações públicas devem procurar saber quem os acompanha para criar tumultos, fazer arruaças e afrontar a Lei. A companhia da CUT (leia-se PT) em atos públicos é a certeza de querer, desgraçadamente, levar mais um tiro no pé!
"Num país em que os sindicatos proliferam como ervas daninhas é preciso saber qual deles chancela as manifestações públicas da categoria. Deixar-se levar pelos arroubos e interesses ideológicos de um outro Sindicato, é assumir o risco de levar um tiro no pé!"
Edson Vidal Pinto