Toffoli, Ai, Ai, Ai...
Cria fama e deita-te na cama. Velho e sábio ditado. Pois é: pau que nasce torto não tem jeito, morre torto. Quer na vida pública ou privada cada indivíduo escreve o ritmo e o enredo de sua própria história.
É tal como a ideologia que é uma opção de todos os quais uns adotam como filosofia de vida a ideologia da Lei, outros a ideologia utópica que escraviza e faz crer que existe a possibilidade de igualar os desiguais.
E cada uma delas dita comportamentos díspares, diferenciando as pessoas até no trato dos Símbolos da Pátria. E por que escrever sobre isto? Simples, o Toffoli, aquele que também é ministro do STF, tomou posse como Presidente da mais importante Corte de Justiça.
Ele vai substituir a Carmen Lúcia, que apenas exerceu o cargo sem deixar nenhum rastro e brilho, foi amorfa nos grandes e pequenos acontecimentos que agitaram a vida do país. Não soube sequer apaziguar o ímpeto e o descontrole emocional de seus pares.
E agora? Esperar o quê do Toffoli, um moçoilo que brinca de juiz e acha maravilhoso vestir a Toga; um teleguiado do petismo e de seu ídolo e padrinho que está preso em Curitiba. Claro que apesar de seu passado político ele deveria, quando nomeado para o Judiciário, romper com sua obrigação de subserviência partidária e passar a atuar com imparcialidade e retidão nas prestações jurisdicionais em que fosse chamado.
Mas, não. Mostrou indiferença ao dever que lhe impõe a Constituição Federal e continuou servindo a causa de seu amado grupo político. Abraçou-se aos outros colegas de Colegiado que têm igual Intenção e tornou-se um servidor dependente. E pelo rodízio da Presidência, cabe-lhe, agora, exercer o cargo. E não faltou plateia na sua posse, algum por obrigação do ofício, outro para se aproximar, bater palmas e ufanar que tirou retrato próximo do novo dirigente.
Dou graças a Deus por estar aposentado porque jamais prestigiaria quem não merece. Esperar o quê, de sua administração? Se o futuro Chefe da Nação substituir a bandeira Nacional por uma de cor vermelha, deve-se esperar tudo. Ele o Gilmar e sua trupe que concedem Habeas Corpus sem nenhum critério para beneficiar políticos envolvidos em corrupção, farão um festival de heresias jurídicas até poder libertar o Lula da prisão.
Contudo, se o Presidente da República primar por uma nova postura de honestidade administrativa, ele será mais comedido nos seus impulsos e buscará estreitar relações mais harmônicas entre os demais chefes dos Poderes da República. Tarefa que lhe restará como única saída para cumprir até o fim o seu mandato.
Como Chefe do Poder Judiciário será um zero à esquerda, pois quem nunca soube zelar pelo princípio de autoridade desde quando envergou pela primeira vez a Toga, não será como Presidente da Corte que conseguirá se revelar um Juiz de verdade.
Desde o primeiro contato que mantive com o Toffoli, quando fui Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, não lhe dei oportunidade para estreitar amizade e nem lhe convidei para nenhum evento oficial, apesar dele presidir em igual período o Superior Tribunal Eleitoral. E com ele e outros que estão no núcleo do Poder Constituído é difícil enxergar melhores dias para o Brasil.
Pois na política o ranço continuará na mesmice histórica, salvo se o eleitor souber dignificar e valorizar o seu voto...
“O STF tem sido muito mal dirigido nas últimas duas décadas. O desrespeito às decisões do seu próprio Tribunal Pleno, tem ferido de morte o prestígio e a respeitabilidade da Corte.
Onde estão os Juízes daquele Colegiado? Onde?”
Edson Vidal Pinto